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Portugal, Angola e Brasil são os países lusófonos mais cotados no índice chinês de infraestruturas

Em termos gerais, todos os oito países de língua portuguesa subiram no ‘ranking’ de 2022 do Índice de Desenvolvimento de Infraestruturas “Uma Faixa, Uma Rota”, a iniciativa anunciada pelo Presidente chinês, Xi Jinping, em 2013 e que envolve 71 países no plano estratégico internacional de Pequim de desenvolver ligações marítimas, rodoviárias e ferroviárias, mas também investimento em recursos energéticos.

No ‘ranking’ liderado pela Indonésia, Filipinas e Malásia, o Brasil (12.º) é o país lusófono melhor colocado. Segue-se, entre os países de língua portuguesa, Angola (22.º), Portugal (28.º), Cabo Verde (53.º), Moçambique (54.º), Timor-Leste (63.º), São Tomé e Príncipe (69.º) e Guiné-Bissau (70.º).

O índice avalia o ambiente, a procura, a recetividade e custos para o desenvolvimento de infraestruturas nestes 71 países. Quanto mais alta for a pontuação, melhor será a perspetiva da indústria de infraestruturas de um país, e maior será o grau de atratividade para as empresas se empenharem no investimento, construção e operações nesta área naqueles territórios.

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Portugal é entre os países lusófonos, na perspetiva do relatório chinês, aquele que aparece com a melhor pontuação no sub-índice de desenvolvimento associado ao ambiente, que agrega fatores políticos, económicos, soberania, fatores de impacto no mercado, bem como os cenários empresariais e industriais.

Portugal está também melhor colocado entre países de língua portuguesa no sub-índice relacionado com os custos, operacionais e de financiamento.

Angola é o que mais se destaca no sub-índice da procura, que junta fatores como procura e mercado potencial.

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Já o Brasil lidera entre os lusófonos no sub-índice dedicado à recetividade local e entusiasmo de curto prazo no investimento de infraestruturas, calculado, por exemplo, com base no valor dos novos contratos.

Em termos globais, no relatório, assinala-se que há a registar uma “recuperação ligeira” no índice, “graças à maior procura e entusiasmo/recetividade pela construção de infraestruturas nos 71 países.

Ainda assim, “as oscilações nas relações de grande poder, os reveses na recuperação económica global e a lenta saída da pandemia de covid-19 desde o início do ano lançaram uma nuvem sobre o futuro das infraestruturas”, apontou.

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“Uma estratégia para as partes interessadas em infraestruturas internacionais é agarrar as oportunidades trazidas pela nova ronda de revolução tecnológica e transição energética, adaptar-se ao ‘novo normal’ da prevenção e controlo de epidemias, e procurar um progresso de alto nível, sustentável e centrado nas pessoas”, conclui o relatório.

No relatório assinala-se igualmente que a iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” está a enfrentar “desafios como a escassez de fundos, o aumento dos custos, os riscos de segurança e a degradação ambiental” e que “a curto prazo, os efeitos colaterais do conflito Rússia-Ucrânia e os recorrentes surtos de covid-19 irão perturbar a cooperação internacional na área das infraestruturas e retardar a recuperação e o seu desenvolvimento”.

Os autores do documento alertaram para o facto de que a “subida dos preços das principais mercadorias, bens intermédios e transporte marítimo internacional irá aumentar ainda mais os custos de construção de infraestruturas” e que “o ambiente global para o financiamento de infraestruturas poderá continuar a deteriorar-se, uma vez que as políticas económicas de alguns países desenvolvidos tornarão a vida mais difícil para o mundo em desenvolvimento”.

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E, “a longo prazo, os jogos das grandes potências, as alterações climáticas e o desequilíbrio económico global irão acrescentar incerteza ao desenvolvimento de infraestruturas regionais e internacionais”.

Perante este cenário, “para as infraestruturas associadas à ‘Uma Faixa, Uma Rota’, o desenvolvimento de alta qualidade continua a ser um futuro distante”, avisa-se no relatório.

O documento foi apresentado no Fórum Internacional sobre o Investimento e Construção de Infra-estruturas. Na inauguração do evento, o adjunto do Ministro do Comércio da China, Li Fei, informou que o país investiu este ano no estrangeiro 178,8 mil milhões de dólares (187,01 mil milhões de euros).

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