Início Atualidade Reservas de energias fósseis contêm 3,5 trilhões de toneladas de CO2, segundo inventário

Reservas de energias fósseis contêm 3,5 trilhões de toneladas de CO2, segundo inventário

AFP

As reservas mundiais de combustíveis fósseis contêm o equivalente a 3,5 trilhões de toneladas de gases de efeito estufa, que serão liberados se forem utilizados, e dificultarão o cumprimento das metas climáticas internacionais, segundo um inventário inédito que será publicado hoje

Esta quantidade extraordinária corresponde ao que seria liberado na atmosfera se as reservas de petróleo, gás e carvão fossem totalmente extraídas e utilizadas, segundo este registro mundial, criado pelo Carbon Tracker e pelo Global Energy Monitor.  

Isto equivale a “mais que todas as emissões produzidas desde a revolução industrial” e “mais de sete vezes o orçamento de carbono restante para respeitar a (elevação de) temperatura limite de 1,5°C”, indicam os autores.

O conceito de “orçamento de carbono” indica a quantidade de CO2 que pode ser emitida para um resultado dado, ou seja, a meta mais ambiciosa do Acordo de Paris sobre o Clima.

O aquecimento do planeta desde a era industrial, que foi alimentado pelas energias fósseis, já alcançou 1,1°C, causando uma série de catástrofes.

A Agência Internacional de Energia (AIE) tinha sugerido no ano passado renunciar a qualquer projeto petrolífero ou gasífero para acompanhar uma redução rápida da demanda e manter o aquecimento global sob controle.

O registro – que contém os dados de mais de 50.000 sítios em 89 países – tem por ambição fornecer aos dirigentes políticos e à sociedade civil os dados necessários para administrar o abandono progressivo destas energias fósseis.

O registro mostra especialmente que Estados Unidos e Rússia têm, cada um, quantidade suficiente de reservas de combustíveis fósseis para fazer explodir todo o orçamento de carbono mundial, mesmo que todos os outros países cessem imediatamente sua produção.

Identifica também a fonte de emissões mais potente do mundo: o campo petrolífero de Ghawar, na Arábia Saudita.

“O registro mundial ajudará os governos, as empresas e os investidores a tomar decisões para acordar sua produção de combustíveis fósseis ao limite de temperatura de 1,5°C e, dessa maneira, impedir concretamente o desaparecimento das nossas ilhas”, destacou Simon Kofe, ministro das Relações Exteriores de Tuvalu, um dos arquipélagos do Pacífico, ameaçados pelo aumento do nível das águas e o aquecimento global.

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