Investigação com equipas de 11 países diferentes conclui que, entre 2015 e 2019, a temperatura da água chegou a superar os 26 graus Celsius
Um estudo que envolveu investigadores do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental concluiu que, entre 2015 e 2019, os eventos de “mortalidade em massa” no mar Mediterrâneo foram provocados por uma série de ondas de calor marinhas.
Em comunicado, o Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR) da Universidade do Porto adianta esta quarta-feira que o estudo, publicado na revista Global Change Biology, reuniu esforços de investigadores de 11 países diferentes e abordou, “pela primeira vez”, os efeitos das mortalidades em biodiversidade marinha à escala mediterrânica.
Liderada pelo Institut de Ciències del Mar (Espanha), a investigação mostrou que, entre 2015 e 2019, os eventos de mortalidade em massa de espécies marinhas “afetaram todas as regiões mediterrânicas” devido às “ondas de calor marinhas que são, a cada ano, mais frequentes e agressivas”.
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A investigação analisou populações de cerca de 50 espécies (incluindo corais, esponjas e macroalgas) e concluiu que as mesmas foram “afetadas por estes eventos ao longo de milhares de quilómetros da costa mediterrânica, desde o mar de Alborão até à costa oriental da bacia”.
Face aos resultados, os investigadores alertam que o aumento da intensidade e frequência das ondas de calor marinhas pode estar a transformar os principais ecossistemas costeiros.
“Os impactos das mortalidades foram observados entre a superfície e 45 metros de profundidade, onde as ondas de calor marinhas registadas foram excecionais, afetando mais de 90% da bacia mediterrânica e atingindo temperaturas superiores a 26 graus Celsius em alguns locais”, esclarece Jean-Baptiste Ledoux, investigador do CIIMAR e um dos autores do estudo.
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