Pandemia agravou risco de pobreza de famílias monoparentais de 25 para 30 por cento

No Dia Mundial da População, a Pordata divulga um conjunto de mais de 50 indicadores que permitem fazer uma “radiografia abrangente” do país nos últimos três anos. Pandemia prejudicou os rendimentos das famílias e trouxe mais dívida pública.
A pandemia agravou o risco de pobreza a nível nacional e quem mais sofreu foram as famílias monoparentais, com pelo menos um dependente. A conclusão é da base de dados Pordata que detalha que, entre 2019 e 2020, houve um aumento de 4,7 pontos percentuais na taxa de risco de pobreza das famílias monoparentais, passando de 25,5 para 30,2 por cento. No mesmo período, a taxa de risco de pobreza da população em geral também aumentou, em 2,2 pontos percentuais, passando de 16,2 para 18,4 por cento.
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São números preocupantes e que poderão agravar-se em 2022, tendo em conta a subida em flecha da inflação que afeta o custo de vida de famílias e empresas. Segundo a última atualização do Eurostat, a inflação estimada para Portugal (nove por cento), em junho, estava acima da média da Zona Euro (8,1 por cento).
Mas a tendência de aumento da inflação já era visível no período estudado. De acordo com os dados da Pordata, a taxa de inflação estava nos 0,3 por cento em 2019, o último ano pré-pandemia, tendo crescido para 1,3 por cento em 2021, com a reabertura da economia a permitir o regresso do consumo.
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A pandemia beneficiou também a poupança das famílias portuguesas, tendo aumentado 5,7 pontos percentuais entre 2019 e 2020.