As exportações portuguesas de vinho estão a abrandar significativamente. Depois de crescerem a dois dígitos em grande parte do ano passado e no arranque de 2022, estão agora, no final do primeiro quadrimestre, a subir apenas 0,28% para 285,8 milhões de euros. Isto, apesar de as vendas em volume terem caído 3,63% para 102 milhões de litros, menos quatro milhões do que em igual período de 2021. O preço médio está a crescer 4,06% para 2,8 euros por litro.
Para o presidente da Associação de Vinhos e Espirituosas de Portugal (ACIBEV), “não é a competitividade de Portugal que está em causa, mas o arrefecimento do comércio internacional” que está a ditar este abrandamento. Além do mais, diz Jorge Monteiro, “o crescimento a dois dígitos não é sustentável quando o mercado internacional cresce a 1 ou 2% e assim deverá permanecer nos próximos anos”.
Em termos de mercados, os quatro maiores destinos – França, Estados Unidos, Reino Unido e Brasil – estão em queda, embora, no caso britânico, se tenha vendido menos quantidade, mas ligeiramente mais caro, ou seja, com uma subida total de 0,35% para quase 20 milhões de euros.
É todo o bloco europeu que está em queda: são 133 milhões, menos 2,5% do que em igual período de 2021. O vinho Verde recua 8%, para 11,7 milhões de euros, e os espumantes perdem 28,7% para 1,338 milhões. Dão, Bairrada e Douro crescem 1,4% e o vinho do Porto está a vender mais 1,1% para os mercados comunitários do que no ano passado, num total de mais de 60 milhões de euros. Em sentido contrário, os vinhos mais baratos estão a reforçar posições, com um crescimento de 41,1% das vendas de bag-in-box para a União Europeia, para 10,3 milhões de euros, e o granel sobe 5,4%, para 2,5 milhões de euros.
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