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“Está a tornar-se cada vez mais fácil estabelecer empresas em Guangdong”

Dário Silva, fundador e presidente da Porcham Greater China, refere que o processo de criação de empresas em Guangdong está a tornar-se “cada vez mais fácil”, acrescentando que a área da Grande Baía (GBA) e a província chinesa têm demonstrado um crescimento “espantoso” nos últimos anos. O mesmo responsável destaca os regulamentos da província na proteção do investimento estrangeiro e realça a importância empresarial de Hengqin na atração de empresas lusófonas para a Ásia

Para o presidente da PorCham Greater China, um clube de negócios luso-chinês que conta com mais de 100 membros, estabelecer uma nova empresa “está a tornar-se cada vez mais fácil” em Guangdong, bem como “solicitar licenças específicas ou aceder a instrumentos financeiros”. Dário Silva apelida o desenvolvimento da província chinesa e da GBA como sendo “espantoso” nos últimos anos. Porém, nem sempre foi assim.

Em 2008, na primeira vez que viajou para a China, o empresário encontrou vários entraves à criação de novas empresas, especialmente tendo em conta que era estrangeiro. No entanto, o presidente da PorCham elogia a atual rapidez dos procedimentos e observa que basta ir ao Ministério do Comércio no Gabinete de Haizhu e “tenho alguém que me ajuda a criar uma empresa, sem precisar de um agente”.

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Em termos concretos, Dário Silva explica que as empresas europeias, incluindo as portuguesas a investir em Guangdong, “estão felizes por conhecer a implementação do Regulamento de Proteção dos Direitos e Interesses dos Investidores Estrangeiros”.

Segundo o presidente da PorCham Greater China, este documento estipula que os governos, a todos os níveis, devem tratar tanto as empresas de investimento estrangeiro como as empresas nacionais de acordo com a lei, em termos dos acordos de financiamento governamentais, projetos de investimento governamentais, fornecimento
de terrenos, benefícios fiscais, qualificações, autorizações, entre outros.

O mesmo responsável revela que a empresa Colquímica, o maior produtor português de adesivos, compra “cerca de seis milhões de euros em matéria-
-prima na China” e, neste momento, está em vias de “estabelecer um escritório na província”. A Colquímica projeta aumentar as suas importações da
China para 20 milhões de euros e tudo devido às “novas políticas de acesso a instrumentos financeiros”.

Outro ponto de cariz importante para o fundador da câmara de comércio são as novas medidas de proteção dos direitos de propriedade intelectual, que “sempre constituiu uma grande preocupação para os investidores estrangeiros”.

O mesmo responsável sugere ainda que todos os consulados em Guangzhou “possam fornecer informações, tais como políticas preferenciais para indústrias específicas numa determinada cidade ou distrito dentro da GBA, bem como procedimentos para se candidatarem a essas políticas preferenciais”.

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Depois deste procedimento, os empresários estrangeiros em Guangdong “podem divulgar o guia de investimento a potenciais investidores quando estes regressarem aos seus países”, esclarece Dário Silva.

Hengqin e Covid-19

A Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin, juntamente com um aumento das plataformas de serviços financeiros entre a China e os Países de Língua Portuguesa, irá permitir “trazer muita atenção dos principais atores dos PLP para estabelecerem aqui a sua sede de operações asiática”, refere o mesmo responsável.

Para a PorCham, este cenário é o ideal. A câmara de comércio pode assim posicionar-se para “fornecer um aumento do apoio aos seus membros que entram na GBA”.

Apesar dos planos para o futuro, o presente é ainda arrastado pelos efeitos nefastos da Covid-19. No entanto, segundo Dário Silva, os sinais são positivos.

“De acordo com um inquérito feito aos nossos membros, quase metade das empresas mantiveram estabilidade, e perto de 70 por cento já estão a implementar novos modelos de negócio após esta experiência”, concretiza, elogiando ao mesmo tempo o papel das autoridades locais na implementação de “reduções fiscais e subsídios de renda”, juntamente com outras medidas de apoio “essenciais para as empresas manterem o seu normal funcionamento durante este período”.


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