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“Angola está a fazer muito para ter eleições livres e transparentes”

Tulinabo S. Mushingi é o décimo embaixador dos Estados Unidos da América na República de Angola. Poliglota, o também académico encontra-se no país há menos de um mês. Nesta entrevista ao Jornal de Angola, a primeira que concedeu, depois da apresentação das cartas credenciais ao Presidente João Lourenço, no passado dia 9 do corrente, o foco recai para temas ligados à actualidade das relações bilaterais.

O sub-secretário para o Terrorismo e Inteligência Financeira dos Estados Unidos da América, Nelson Brian, esteve recentemente em Angola, onde manteve encontros com diferentes autoridades, como o ministro de Estado Manuel Nunes Júnior, a ministra das Finanças e o procurador-geral da República. Que mudanças se esperam depois da visita?

É ainda cedo para falar de mudanças, mas o que nós queremos é reforçar este tipo de visitas e manter conversações, porque um dos objectivos é apoiar os esforços do Governo de Angola na luta contra a corrupção. Como a senhora sabe, a corrupção rouba muito do tesouro nacional. Rouba a possibilidade de fazer mais para a população. Nós queremos apoiar os esforços. Para atingirmos os objectivos, devemos continuar a trabalhar com múltiplos órgãos do Governo e instituições angolanas para ver o que podemos fazer. Por essa razão, além de nos encontrarmos com o ministro de Estado Manuel Júnior, fomos ao encontro da ministra das Finanças e de executivos do Banco Nacional de Angola. Tivemos também duas reuniões com executivos de bancos privados. Uma reunião onde aprendi muito foi com a Procuradoria Geral da República. Estivemos com o procurador-geral e com duas senhoras que estão a dirigir dois grandes departamentos da instituição. Aprender sobre os progressos feitos desde 2017 até hoje, tanto ao número de casos que estão em investigação, quanto aos já resolvidos, foi incrível. O número final de mais de oitocentos casos é muito positivo, especialmente quando sabemos que a questão da corrupção, seja aqui em Angola, seja nos Estados Unidos, no mundo inteiro, é muito difícil.

Em alguns sectores da sociedade e da opinião pública angolana, há um grande cepticismo sobre o combate contra a corrupção, talvez pelo facto de a comunicação social divulgar apenas os casos mais relevantes. Depois dos encontros citados, que percepção têm do processo?

Vou resumir a resposta, porque é uma questão muito difícil. Ainda sou novo aqui, ainda estou a aprender. O que me dá energia para continuar é o facto de os angolanos agora prestarem maior atenção ao assunto. Um assunto tão difícil necessita de vontade política, estou a ver que parece haver essa vontade política para trabalhar sobre um tema muito difícil, aqui, nos Estados Unidos da América, e no mundo. Se contarmos com vontade política, não há dúvida que Angola vai progredir e atingir alguns resultados positivos.

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