Análises às águas residuais de 25 países europeus, Portugal incluído, revelaram um aumento do consumo de drogas em 2021, durante as restrições devido à Covid-19, com destaque para a canábis, cocaína, anfetaminas e metanfetaminas, com um decréscimo de MDMA (ecstasy).
Dados sobre amostras recolhidas nas águas residuais constam do estudo “Wastewater analysis and drugs” – realizado em 75 cidades de 25 países, sendo em Portugal os dados recolhidos em Lisboa, Almada e Porto – referente a 2021 e publicado pelo grupo europeu SCORE, em colaboração com o Observatório Europeu das Drogas e da Toxicodependência (EMCDDA).
De acordo com elementos disponibilizados pelo EMCDDA à agência Lusa, “os resultados de 2021 apontam para um aumento global das deteções de quatro das cinco drogas estudadas” (canábis, cocaína, anfetaminas, metanfetaminas e MDMA), sendo a MDMA a única substância que registou diminuições na maioria das cidades investigadas.
As principais conclusões deste estudo, realizado entre março e maio de 2021, em pleno período de restrições derivadas da pandemia de Covid-19, apontam que os resíduos de cocaína nas águas residuais continuaram a ser mais elevados nas cidades da Europa ocidental e meridional (em especial na Bélgica, nos Países Baixos e em Espanha), mas foram também detetados vestígios na maioria das cidades da Europa oriental, onde se observaram alguns aumentos.
“Em termos globais, em 2021, mais de metade das cidades registou aumentos nos resíduos de cocaína em comparação com os dados de 2020 (32 das 58 cidades com dados relativos a ambos os anos)”, refere o EMCDDA, recordando que um outro recente projeto europeu sobre águas residuais (EUSEME) detetou resíduos de cocaína-crack em todas as 13 cidades europeias que participaram, com as cargas mais elevadas em Amesterdão (Holanda) e Antuérpia (Bélgica).
Leia mais em TSF