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Filme português “Diários de Otsoga” no Festival de Cinema de Londres

 O filme “Diários de Otsoga”, de Maureen Fazendeiro e Miguel Gomes, foi selecionado para o Festival de Cinema de Londres, que decorre entre 06 e 17 de outubro. 

O filme vai passar na secção Ousar, onde passam trabalhos que pretendem confrontar e cativar as audiências com “histórias que fazem sair da zona de conforto”. 

“Diários de Otsoga”, que teve estreia mundial em julho, no festival de Cannes – e que já se estreou em sala em Portugal -, é a primeira longa-metragem coassinada por Miguel Gomes e Maureen Fazendeiro.

O filme foi rodado em agosto de 2020, em plena pandemia da covid-19, num registo diarístico, com os atores Crista Alfaiate, Carloto Cotta e João Nunes Monteiro fechados numa casa com um jardim, onde decidem construir um borboletário.

“Filmado em sensuais 16 milímetros [formato] em agosto e setembro de 2020, este é uma experiência elegante e inteligente que brinca com nossa percepção do tempo e compreensão da narrativa cinematográfica”, apresenta o programa do festival.

O resultado, acrescenta, é uma “obra alegre e elaboradamente construída [que] nos faz contar os dias de confinamento no interior português”.

Além da estreia em Cannes (França), em julho, o filme passou também nos festivais de Toronto (Canadá), de Karlovy Vary (República Checa) e foi selecionado recentemente para o Festival Internacional da Coreia do Sul, que decorre também em outubro. 

Igualmente no programa do Festival de Londres está a curta-metragem “Mudança” (2020), do luso-guineense Welket Bunguét, na secção “Experimenta”, composta por “filmes que revolucionam e reformulam a nossa visão do cinema”.

“Mudança” foi filmado em quatro dias, no espaço do Teatro do Bairro Alto, em finais de agosto, e contou com a colaboração da deputada Joacine Katar Moreira.

A obra aborda questões de preservação da democracia, da integridade da saúde pública e de individualidade, impostas pela pandemia, contando com a imagem do artista Nú Barreto, a música de Mû Mbana e referências ao povo do arquipélago dos Bijagós, na Guiné-Bissau.

No programa de filmes clássicos restaurados está a longa-metragem franco-angolana produzida em 1972 “Sambizanga”, da francesa Sarah Maldoror, que assina o argumento juntamente com o companheiro, Mário de Andrade. 

“Um testemunho neorrealista fascinante da luta anticolonialista de Angola, por exibir lá até depois da independência, este é um filme revolucionário inesquecível”, resume o programa do Festival.

A 65.ª edição do Festival de Cinema de Londres inclui 159 longas-metragens de todo o mundo, das quais 21 terão estreia mundial, e terá lugar em salas de cinemas na capital britânica, mas parte do programa poderá ser visionado pela Internet. 

Em destaque estão “The Harder They Fall”, do londrino Jeymes Samuel, produzido pela plataforma Netflix, “The Tragedy of Macbeth”, de Joel Coen, produzida pela Apple, The Power of the Dog”, da neozelandesa Jane Campion, “Belfast, de Kenneth Branagh, “The French Dispatch”, do norte-americano Wes Anderson, “Benedetta”, do holandês Paul Verhoeven, ou “King Richard”, realizado por Reinaldo Marcus Green, que conta a história das jogadoras de ténis Venus e Serena Williams, impulsionadas pelo ambicioso pai, protagonizado por Will Smith.

Além da Competição Oficial, o Festival oferece prémios pelos melhores filmes nas categorias de Primeira Longa-metragem, Documentário e Curta Metragem, além de atribuir um prémio do público.

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