Milhares de birmaneses saíram hoje à rua para protestar, com flores, contra a junta militar de Myanmar (antiga Birmânia), como tributo à líder deposta, Aung San Suu Kyi, que hoje faz 76 anos
Aung San Suu Kyi foi retirada do poder num golpe de Estado a 01 de fevereiro, com os militares a justificarem a revolta com uma alegada fraude nas eleições legislativas de novembro, validadas pela comunidade internacional e nas quais o partido de Suu Kyi obteve uma maioria esmagadora.
As flores em memória de Suu Kyi não se limitaram aos protestos, mas fazem agora parte do cenário diário nas ruas de um país onde a vencedora do Prémio Nobel da Paz goza de uma popularidade que parece ter crescido desde que foi detida pela junta.
Na segunda-feira, sentou-se no banco dos réus no primeiro dia do julgamento em que enfrenta cinco acusações, incluindo incitação à agitação pública, violação das regras da covid-19 e importação ilegal de ‘walkie-talkies’.
Suu Kyi tem também outro julgamento pendente no Supremo Tribunal sobre a acusação mais grave de violação da Lei dos Segredos Oficiais, uma regra da era colonial punível com um máximo de 14 anos de prisão.
A líder deposta foi igualmente acusada de aceitar subornos.
Os militares, sob o comando do general golpista Min Aung Hlaing, detiveram Suu Kyi no dia do golpe e, desde então, têm-na mantido sob prisão num local desconhecido e praticamente incomunicável.
Pelo menos 870 pessoas foram mortas e mais de seis mil, incluindo Suu Kyi, foram arbitrariamente detidas pela junta militar.