A Federação de Motoristas de Transportes Públicos na Guiné-Bissau iniciou hoje uma greve geral de cinco dias para exigir do Governo o cumprimento de um memorando de entendimento rubricado em 2018, disse à Lusa o porta-voz do movimento.
Caram Cassamá admitiu que a greve “está a ter uma adesão de 100% em todo a Guiné-Bissau”.
“Está tudo parado em Bissau e no interior. Os nossos associados compreenderam o que está em causa nesta nossa luta antiga”, notou Cassamá.
A Federação de motoristas de transportes públicos exige do Governo, entre outros, a criação de um guichet único para o pagamento de multas e coimas, para evitar as cobranças na via pública e ainda a redução de postos de operação stop da polícia de trânsito.
Caram Cassamá disse que a federação assinou um memorando de entendimento com o Governo, representado pelos ministérios do Interior, Obras Públicas e Transportes, em 2018, mas que “nunca foi cumprido até hoje”.
Com a ameaça de uma nova greve dos transportadores públicos, o Governo decidiu retirar da via pública os agentes da regulação do trânsito e “surpreendentemente voltou a colocá-los a partir do dia 25 de maio”, observou Cassamá.
“Contrariamente ao que se diz, nós nunca exigimos a retirada total da polícia de trânsito das estradas, exigimos, isso sim, a sua redução, porque há muitos postos de controlo desnecessários que só atrapalham o nosso trabalho”, disse.
O sindicalista afirmou que a greve “deixou o país praticamente paralisado”, mas indicou que a federação disponibilizou um número para atender casos de emergência para as quais tem viaturas prontas.
Cassamá adiantou que, na terça-feira, o ministro da Função Pública, Tumane Baldé, convocou as partes para uma mediação, mas os representantes do Governo não compareceram ao encontro.
Devido à falta de táxis e ‘toca-tocas’ (transportes coletivos interurbanos) milhares de pessoas estão a andar a pé nas ruas de Bissau.
O sindicalista disse que a situação “é a mesma em toda a parte” da Guiné-Bissau.