O presidente da Venezuela acusou nesta terça-feira o Facebook de censurar os vídeos em que ele fala sobre supostas “gotinhas milagrosas” chamadas Carvativir, que, segundo Nicolás Maduro, são capazes de “neutralizar” a Covid-19
“Censuram todos os vídeos em que mostro o Carvativir. O Facebook excluiu da minha página, de forma abusiva e ditatorial, o vídeo completo do programa do último domingo e o vídeo completo onde se explica como a Venezuela fez todos os testes científicos para autorizar, como fizemos, o Carvativir”, criticou Maduro em ato transmitido pela TV.
O Carvativir é o mais recente de uma série de remédios sem estudos médicos publicados que o presidente socialista promoveu desde que a pandemia chegou ao seu país. “Eles dizem que, até que a OMS autorize, não posso falar sobre o Carvativir. Quem manda na Venezuela? O dono do Facebook? Quem manda no mundo? O dono do Facebook? Abusadores. É Zuckerberg que se chama? Tremendo abusador”, criticou Maduro, cujo governo já acusou outras redes sociais, como Twitter e YouTube, de censura.
O presidente venezuelano disse que o mundo deveria refletir sobre “os abusos” nas redes sociais. “São pessoas multimilionárias, que pretendem impor suas verdades, suas razões, seus abusos ao mundo.”
Diante da avalanche de informações durante a pandemia, o Facebook ajustou sua política, regulando “anúncios que contenham afirmações enganosas, falsas ou infundadas sobre temas de saúde”, assinalou a plataforma.
Após as críticas ao Facebook, Maduro afirmou que um de seus ministros, Aristóbulo Istúriz, estava sendo tratado com o Carvativir: “Tomou 10 gotas a cada quatro horas por 10 dias, no caso dele. Recuperou-se com força.”