Apesar da procura por energia ter diminuído consideravelmente, devido à pandemia de Covid-19, o crescimento das energias renováveis no setor de energia elétrica continuou a um ritmo recorde, de acordo com um relatório da Agência Internacional de Energia.
De acordo com a IEA, o gás natural e o carvão estão no capítulo final da sua utilização. “Em 2025, as energias renováveis devem se tornar a maior fonte de geração de eletricidade em todo o mundo, encerrando as cinco décadas do carvão como o principal fornecedor de energia”, disse o diretor da Agência Internacional de Energia, Fatih Birol.
A IEA apontou que as ações de fabricantes de energias renováveis listadas publicamente e desenvolvedores de projetos superaram o desempenho do setor de energia em geral e da maioria dos principais índices do mercado de ações.
Os subsídios também desempenharam um papel importante, e o relatório da IEA alerta os formuladores de políticas que é preciso desenvolver mecanismos que mantenham o ímpeto, pois a expiração dos incentivos pode levar a um declínio em 2022.
“As energias renováveis são resilientes à crise da Covid, mas não às incertezas políticas”, defende Birol.
Se os incentivos forem mantidos, no entanto, a IEA espera que o crescimento da energia solar fotovoltaica e eólica possa acelerar para 25% em 2022.
“Os governos podem lidar com essas questões para ajudar a trazer uma recuperação sustentável e acelerar as transições de energia limpa”, acrescentou Birol.
Contudo, as energias renováveis fora do setor elétrico estão a sofrer o impacto da pandemia de Covid-19, de acordo com a IEA.
Os biocombustíveis foram afetados pela queda no transporte e na atividade industrial, à medida que os países impuseram restrições para conter a disseminação do coronavírus.