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Alpha Condé teria maioria absoluta dos votos das eleições na Guiné-Conacri

Apuramento quase completo dos votos das eleições presidenciais na Guiné-Conacri indicaria vitória esmagadora de Alpha Condé e o encaminharia a um terceiro mandato. Confrontos são registados na capital e nas províncias.

Os resultados dos 17 círculos eleitorais no interior – para além de 30 (de um total de 38) anunciados desde terça-feira – dão a Alpha Condé, da Assembleia do Povo da Guiné (RPG), uma confortável maioria absoluta na primeira volta das eleições presidenciais realizadas no último domingo. 

Estes círculos e os pequenos círculos eleitorais no estrangeiro representam mais de 5 milhões dos 5,41 milhões de eleitores registados.

O resultado encaminha Alpha Condé para um terceiro mandato presidencial, mas a Ceni não divulgou o apuramento acumulado e não declarou um vencedor. Mas, de acordo com os resultados apenas dos círculos eleitorais nacionais (não incluindo os resultados no estrangeiro), Condé ganhou com mais de 2,4 milhões de votos em cerca de 3,9 milhões, uma considerável diferença do candidato da União das Forças Democráticas da Guiné (UFDG), Cellou Dalein Diallo – cerca de 1,2 milhões de votos.

Um total de 12 candidatos estavam na corrida presidencial. Os resultados têm ainda de ser proclamados pelo Ceni e validados pelo Tribunal Constitucional.

Ruas movimentadas da capital estiveram vazias nesta quinta-feira. O país vive um contexto de tensão e contestação à regularidade das eleições. Os subúrbios da capital Conacri e várias cidades foram palco de confrontos entre apoiantes da UFDG e forças de segurança.

A possibilidade de um terceiro mandato consecutivo para Condé, de 82 anos de idade, provoca protestos há um ano, nos quais dezenas de civis foram mortos. Receios de um levante oposicionista após as eleições foram confirmados – com dez mortos, de acordo com as autoridades, e ao menos 19 de acordo com a UFDG.

Diallo, que foi derrotado por Condé em 2010 e 2015, declarou vitória na segunda-feira, citando o trabalho realizado pelo seu partido para levantar dados e não confiar nos órgãos oficiais – que, segundo ele, estavam subordinados ao governo. A equipa de Diallo reivindica 53% dos votos e denuncia uma “fraude em grande escala” para falsificar resultados.

Fontes disseram à agência AFP que mais cinco mortes foram relatadas em Conacri e nas províncias na quinta-feira, mas sem confirmação das autoridades e hospitais num contexto de confusão. “Não dormimos a noite toda por causa das detonações, do tiroteio pesado. Temos a impressão de que estamos num país em guerra”, disse Mamadou Moussa Bah, um residente de Sonfonia.

O Ministro da Segurança Albert Damantang Camara confirmou que as instalações do partido foram “seladas” sob procedimento legal, porque “foram transmitidas mensagens contrárias à ordem pública e à unidade nacional”.

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