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Moçambique/Ciclones: UE preocupada com famílias que continuam em situação vulnerável

Estêvão Chavisso

O embaixador da União Europeia (UE) em Moçambique alertou em entrevista à Lusa para a vulnerabilidade das famílias que ainda não conseguiram reconstruir as suas casas, após a passagem do ciclone Idai no centro do país, em março de 2019.

“A nossa preocupação está naquelas famílias que ainda estão em lugares temporários e zonas de reassentamento. Esta deve ser a nossa prioridade”, declarou António Sanchez-Benedito, após uma visita à região centro do país.

O Idai provocou 604 mortos e afetou de alguma forma mais de 1,8 milhões de pessoas.

O programa de reconstrução pós-ciclone, que prevê reabilitar e construir mais de 15 mil casas, vai obedecer ao grau de vulnerabilidade de cada família, priorizando, entre outros, “as mulheres grávidas de baixos rendimentos, crianças órfãs e chefes de família, idosos desamparados e doentes crónicos”.

O diplomata está satisfeito com o avanço dos trabalhos, mas diz ser necessário garantir que as novas construções sejam resilientes, tendo em conta a vulnerabilidade do país face a calamidades naturais.

“Eu gostaria que o processo fosse mais flexível, mas a reconstrução é um processo longo e que precisa de uma série de garantias”, declarou António Sanchez-Benedito.

Segundo dados oficiais, a UE comprometeu-se a desembolsar um total de 200 milhões de euros para as zonas afetadas por ciclones no último ano em Moçambique, além de ter disponibilizado um apoio de emergência orçado em 19 milhões de euros logo após os desastres.

Dos 200 milhões, 70 milhões de euros já foram disponibilizados para projetos em curso e espera-se que nos próximos meses a UE assine dois protocolos com Governo para os restantes 130 milhões de euros.

Do total, segundo Sanchez-Benedito, 100 milhões de euros serão doados e a outra metade será um crédito concessionário, sendo que a estratégia é aplicar o dinheiro em diferentes áreas.

Até julho deste ano, segundo dados do Gabinete de Reconstrução Pós-Ciclones em Moçambique, estavam disponíveis através de vários parceiros cerca de 100 milhões de dólares (85 milhões de euros).

“Há já resultados em termos de infraestruturas. Foram reabilitados mercados, escolas e habitações. Mas há ainda muito caminho pela frente porque a reconstrução é um caminho longo”, afirmou António Sanchez-Benedito.

Nos dias 31 de maio e 01 de junho de 2019, o Governo moçambicano realizou uma conferência internacional de doadores na cidade da Beira para a mobilização de recursos visando a reconstrução.

O Governo levou à conferência um pedido de ajuda no valor de cerca de 3,2 mil milhões de dólares (2,7 mil milhões de euros), mas obteve promessa de apoio no valor de 1,2 mil milhões de dólares (pouco mais mil milhões de euros) que vão sendo desembolsados à medida que são validados os respetivos projetos.

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