A Rússia anunciou ter registado a primeira vacina contra o novo coronavírus, mas a OMS já assumiu cautela e diz que é preciso garantir eficácia e segurança. Vacina ainda não avançou para a Fase 3
Chama-se “Sputnik V”, é russa, e é a primeira vacina registada contra a Covid-19, segundo o que foi anunciado esta terça-feira, pelo Presidente da República, Vladimir Putin.
As autoridades do país dizem que a produção industrial da vacina vai começar já em setembro e que a 1 de janeiro de 2021 o produto já estará em circulação. De acordo com fontes oficiais locais, “20 países já encomendaram um milhão de doses”.
Mas apesar de, aparentemente, a Rússia ter ganho a “corrida” à vacina contra o SARS-CoV-2, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recebeu a notícia com muita cautela, sublinhando que a vacina deverá seguir os trâmites de pré-qualificação e revisão estabelecidos pela agência.
A agência sanitária da ONU sublinhou que a organização está satisfeita “com a rapidez com que as vacinas estão a ser desenvolvidas” e espera que algumas delas “se mostrem seguras e eficazes”.
A Alemanha também expressou dúvidas sobre a “qualidade, eficácia e segurança” da vacina russa contra o novo coronavírus, lembrando que, na União Europeia, “a segurança do paciente é a principal prioridade”.
Apesar do anúncio de Putin, diversos cientistas questionaram a decisão de registar a vacina antes de completada a chamada Fase 3 da investigação, que demora vários meses e envolve milhares de pessoas voluntárias. É a única forma de provar que a vacina experimental é segura e funciona.
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