A China nomeou um radicalista conhecido por acabar com protestos na China continental como o chefe da nova agência de segurança de Hong Kong, informou a comunicação estatal, dias depois de impor uma lei abrangente no território que criminaliza os dissidentes.
Zheng Yanxiong vai assumir o cargo de chefe da agência de segurança nacional criada sob a legislação que autoriza os agentes de segurança do continente a operar dentro de Hong Kong sem esbarrar nas leis da região. Algo sem precedentes.
A agência engloba poderes de investigação e ação judicial. Como tal, a monitorização das informações relacionadas à segurança nacional e os processos adjacentes passam a ser entregues às autoridades do continente a partir deste novo meio.
Zheng subiu nas fileiras do governo local na província de Guangdong, ao sul de Hong Kong, para servir como secretário-geral do comité provincial do Partido Comunista.
O homem de 56 anos é conhecido como um homem de linha dura, com reputação no cessamento de protestos anticorrupção violentos que eclodiram em Wukan, uma vila na província, em 2011.
O território de Hong Kong foi abalado por vários meses com protestos pró-democracia violentos em 2019, um movimento que Pequim deseja reprimir com a nova lei.
No mesmo dia, o Conselho de Estado também nomeou Luo Huining – atualmente diretor do Escritório de Ligação de Pequim na cidade semi-autónoma – como consultor de segurança nacional da recém-formada comissão de segurança nacional da cidade, presidida pela Chefe do Executivo Carrie Lam.
O Conselho de Estado na quinta-feira também nomeou o oficial veterano de Hong Kong, Eric Chan Kwok-ki, como secretário-geral da comissão.
A comissão – também criada pela nova lei – vai fazer a supervisão da formulação de políticas relacionadas à lei de segurança nacional em Hong Kong.
Chan atuou anteriormente como chefe do gabinete do Chefe do Executivo de Hong Kong, antes disso, era chefe de imigração no território.