O governo do Rio de Janeiro deu autorização para a reabertura de bares e restaurantes. No entanto, aglomeração nas calçadas e clientes sem máscaras chamaram a atenção e provocaram críticas
A noite de reabertura de bares e restaurantes no Rio após três meses de quarentena lotou as ruas do Leblon, na zona sul carioca. Esta situação chamou a atenção pelo grande número de pessoas aglomeradas nas calçadas e sem máscaras de proteção facial. Nas redes sociais, vizinhos dos bares lotados, motoristas que passaram pelo local, políticos e famosos postaram vídeos e textos demonstrando indignação.
Um deles foi o vereador Tarcísio Mottta (PSOL), que responsabilizou o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) pelas cenas de aglomeração em plena pandemia na rua Dias Ferreira, famoso reduto boêmio do bairro.
“Essa irresponsabilidade é sua”, afirmou o vereador, mencionando, contudo, o prefeito.
O estilista Carlos Tufvesson, que ocupou o cargo de coordenador especial da Diversidade Sexual na prefeitura do Rio, em 2011, também demonstrou indignação.
“Acho que a vacina chegou no Leblon e não estamos sabendo”, disse.
Há limites que têm de ser respeitados
Bares, lanchonetes e restaurantes estão liberados a partir desta quinta-feira (2) a servir clientes. No entanto, é preciso que seja respeitado o distanciamento de dois metros entre as mesas e capacidade máxima de 50% da lotação na área interna.
Segundo Crivella, que liberou também o funcionamento de outras atividades como academias, treinos na areia e estúdios de tatuagem, a flexibilização é possível devido ao indicadores apurados pela Secretaria Municipal de Saúde no combate à Covid-19.
“Não há nada que celebrar, mas estamos nessa luta desde março. Sem sombra de dúvida, a baixa demanda de leitos de UTI e de enfermaria e o número de óbitos, que está estabilizado, nos mostram que tivemos um pico tenebroso em maio e que, depois, caímos para os patamares dos dias atuais”, afirmou.
A capital fluminense tem 58.615 casos e 6.689 óbitos confirmados pelo coronavírus, o que corresponde a cerca de metade dos registros no estado. Na manhã desta quinta, os leitos públicos para a Covid-19 na cidade estavam com 70% de ocupação nas UTIs e 39% nas enfermarias.
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