Milhares de funcionários dos casinos manifestaram-se na segunda-feira por aumentos salariais, numa das maiores ações de uma classe vada vez mais contestatária
Durante cerca de três horas, milhares de trabalhadores das seis operadoras de jogo marcharam pelas ruas de Macau, exigindo aumentos de salários e melhores condições de trabalho.
No final da jornada, a primeira vez que os trabalhadores dos casinos se uniram para um protesto geral contra todas as concessionárias, a organização estimava mais de 7.000 pessoas nas ruas, enquanto a polícia falava na presença de apenas 1.400 manifestantes.
As palavras de ordem – “Aumentem os salários”, “Trabalho igual, salário igual”, “14 meses de salário”, entge outras – não foram apenas dirigidas aos patrões mas também ao governo, ouvindo-se com frequência o nome do chefe do Executivo, Chui Sai On.
Apesar de agitada, a manifestação decorreu pacificamente, com duas paragens junto ao Starworld (casino da Galaxy) e em torno do Grand Lisboa (da Sociedade de Jogos de Macau). Nestes locais, os trabalhadores tentaram aproximar-se mais da entrada dos casinos mas foram impedidos por cordões policiais.
O deputado Ng Kuok Cheong esteve presente no início da marcha para prestar o seu apoio aos trabalhadores do jogo. Para o pró-democrata, os pedidos dos funcionários dos casinos são razoáveis: “Acho que estão a fazer um pedido comum. Não pedem nada de radical como a partilha do lucro dos casinos. Mas a verdade é que os seus salários não conseguem acompanhar a taxa de inflação”, salientou.
Segundo dados da Direção dos Serviços de Estatística e Censos, no final de junho de 2014, os ‘croupiers’ recebiam um salário médio de 17.530 patacas (1.664 euros).