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Para além do pragmatismo

último Plano Quinquenal permite antever nova aceleração da economia chinesa, no médio prazo: primeiro, pela reconversão indústria e desmantelamento do setor fabril mais pesado, poluente e anacrónico. Espanha fê-lo com mestria, na década de 1970, na transição para a democracia; marcando a diferença, por exemplo, em relação à cegueira estratégica da ditadura portuguesa. Quarenta anos depois, percebe-se a razão pela qual a Península Ibérica anda a duas velocidades. Depois, a chamada Leeconomics, que promove o consumo interno e o salto para a quarta revolução industrial – robótica no setor primáro e massificação das novas tecnologias de comuicação – assume o crescimento do défice, de 2,3 para 3 por cento; opção orçamental que a Europa recusa, obsecada com a redução das dívidas soberanas.

Estima-se que a reconversão da indústria pesada atire para o desemprego cerca de oito milhões de chineses – mais ou menos a população norte-americana que perdeu o emprego com a crise do subprime, em 2008. Para apoiar a modernização das empresas, mas também para conter os impactos sociais da reconversão, a ditadura chinesa, que não enfrenta eleições, age em contraciclo. Por questões de racionalidade académica, mas também para evitar ruturas sociais e abalos no próprio regime. Por isso, anunciam-se mecanismos renovados de acesso ao crédito, subsídios de desemprego e programas de reconversão profissional. 

Estranhamente, ou talvez não, as democracias europeias viraram as costas ao crescimento, estrangulam as pequenas e médias empresas, e assumem o desemprego como mal necessário. O problema, como tão bem o expõe Pacheco Pereira, na entrevista que publicamos nesta edição, é que quem manda são os burocratas – e não por políticos.

O que a China está a fazer vai muito para além do pragmatismo: contém visão estratégica, responsabilidade social e ideologia política. Goste-se, ou não, o capitalismo comunista afirma-se como alternativa. Não resolve a insuficiência democrática nem as restrições à liberdade. Mas dá uma lição a quem supostamente as devia resolver, quando na realidade enterra essas conquistas num abismo corporativo e economicista.

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