Se for eleito, quais serão as suas principais prioridades durante o mandato? Como considera que os deputados devem atuar na próxima Assembleia Legislativa?
Lee Koi Ian: Atualmente, Macau encontra-se num momento crítico para a implementação da diversificação económica moderada. Neste período em que o Governo e a sociedade têm de se unir para “lutar pela economia”, a minha primeira prioridade, se tiver a sorte de contar com o apoio dos residentes de Macau e entrar na Assembleia Legislativa, será reunir a sabedoria coletiva da população e levar soluções económicas eficazes à Assembleia para ajudar o Governo a impulsionar o desenvolvimento económico em benefício dos residentes.
A economia de Macau encontra-se numa fase de transição, enfrentando vários desafios além do Jogo. Que propostas específicas tem para promover um desenvolvimento mais sustentável e diversificado?
Lee Koi Ian: A longo prazo, alcançar a diversificação económica moderada e o desenvolvimento sustentável em Macau depende do cumprimento dos objetivos nacionais para Macau como “um centro, uma plataforma e uma base”. Ao mesmo tempo, Macau deve concentrar-se no desenvolvimento de indústrias emergentes, incluindo inovação e tecnologia, ‘big health’, finanças modernas e cultura moderna, turismo, convenções e exposições, para ultrapassar os atuais estrangulamentos económicos.

Que medidas defende para criar oportunidades de emprego e promover o desenvolvimento profissional? Como conciliar a atração de investimento e talentos estrangeiros com a proteção do emprego dos residentes locais?
Lee Koi Ian: O desenvolvimento económico é a forma mais eficaz de criar empregos e expandir oportunidades profissionais para os residentes. Só com crescimento económico os residentes poderão encontrar perspectivas de desenvolvimento mais amplas. Ao mesmo tempo, para promover a mobilidade ascendente e o desenvolvimento profissional dos residentes de Macau, é essencial rever e melhorar de forma abrangente os sistemas de certificação profissional. Só proporcionando mais oportunidades de aprendizagem e formação no âmbito do desenvolvimento económico, e permitindo suficiente mobilidade ascendente, é que se poderá realmente salvaguardar os direitos laborais locais.
As PME são um pilar essencial da economia. Que políticas sugere para ajudá-las a enfrentar desafios, inovar e crescer de forma sustentável?
Lee Koi Ian: As PME são uma parte importante da economia de Macau e constituem a maioria das entidades empresariais da cidade. Atualmente, enfrentam desafios como o desenvolvimento sustentável e a transformação. No futuro, o Governo deve adotar medidas mais direcionadas para melhorar continuamente o ambiente de negócios para as PME, ajudá-las a inovar e operar, e alcançar um crescimento sustentável.

O mercado habitacional enfrenta dilemas: preços em queda afastam investidores, mas os residentes (sobretudo os jovens) continuam sem conseguir aceder a casa. Como equilibrar a situação?
Lee Koi Ian: O setor imobiliário é uma das indústrias-pilar de Macau, mas “a habitação é para viver, não para especular”. Para conciliar a função de investimento do imobiliário com as necessidades habitacionais dos residentes, é essencial o Governo estabelecer uma política de habitação por classes que responda tanto às necessidades económicas como sociais. Esta deve satisfazer o desenvolvimento do mercado, proporcionando ao mesmo tempo aos residentes apoio político suficiente e medidas de transição, equilibrando verdadeiramente o desenvolvimento da indústria e as necessidades habitacionais.
A integração na Grande Baía e o desenvolvimento de Hengqin são prioridades, mas muitos projetos permanecem pouco claros, enquanto o consumo local sai para fora de Macau. Como coordenar integração regional e diversificação local para gerar emprego e crescimento?
Lee Koi Ian: Integrar-se na agenda de desenvolvimento nacional é o único caminho para a prosperidade e estabilidade de longo-prazo de Macau. A construção da Zona de Cooperação Aprofundada Guangdong-Macau em Hengqin não é apenas uma medida-chave para a integração na Grande Baía, mas também um passo crucial para a integração de Macau no plano nacional. O “Plano Geral para a Zona de Cooperação Aprofundada Guangdong-Macau em Hengqin” define claramente o objetivo de passar de “Hengqin e Macau como uma só fonte” para “integração Hengqin-Macau”. Alcançar a integração regional e promover a diversificação económica local caminham lado a lado e apoiam-se mutuamente. No futuro, o Governo deve orientar mais capital de Guangdong para Macau a partir da perspectiva de uma integração Macau-Guangdong mais profunda, realizar sinergias industriais entre Macau e Hengqin e, assim, impulsionar o crescimento económico de Macau e criar mais empregos.

Sobre o papel de Macau como plataforma entre a China e os países de língua portuguesa, como podem os deputados potenciar essa função?
Lee Koi Ian: O país posicionou Macau como “uma plataforma” e, como deputado, é crucial não só compreender plenamente o papel único de Macau na promoção das trocas comerciais e económicas entre a China e os países de língua portuguesa, mas também aproveitar as vantagens da Zona de Cooperação Aprofundada Guangdong-Macau. Através da promoção do modelo “Plataforma Macau + Recursos Internacionais + Espaço Hengqin + Resultados Partilhados”, Macau e Hengqin podem criar sinergias para o seu desenvolvimento, alcançando o objetivo da cidade de uma diversificação económica moderada.
Quais as suas recomendações para reforçar a segurança social (apoio a famílias, idosos e grupos vulneráveis)?
Lee Koi Ian: À medida que a população de Macau continua a envelhecer, a estrutura social sofrerá mudanças significativas. Por isso, é importante estabelecer de forma abrangente um “sistema de políticas amigas da família”, reforçar o apoio tanto aos idosos como às crianças e reforçar a proteção de três tipos de famílias vulneráveis – estas são questões fundamentais de subsistência que o Governo deve enfrentar. O Governo deve continuar a rever a fundo todos os sistemas de bem-estar social, incluindo aumentar o valor do Subsídio para Idosos, ligar a Pensão para Idosos ao risco social e adotar medidas específicas para aliviar a pressão sobre as famílias com duplo rendimento.
Este ano há menos listas a sufrágio direto. Como reforçar a representatividade, a capacidade legislativa e a eficácia da Assembleia na fiscalização ao Governo?
Lee Koi Ian: A chave para melhorar a representatividade da Assembleia Legislativa, a iniciativa legislativa e a fiscalização reside em reforçar a capacidade dos deputados para deliberar e governar. Só ouvindo plenamente as opiniões da sociedade e da população, trazendo as suas vozes e preocupações para a Assembleia Legislativa e pressionando o Governo a melhorar as políticas económicas, sociais e de integração nacional, é que os deputados poderão cumprir o seu papel de aprovar melhores leis, promover o desenvolvimento social e garantir que o Governo continua a governar de acordo com a lei.