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Líbano, o país que definha à medida que o Hezbollah cresce

À beira da guerra, país atravessa sucessão de crises sem dirigentes à altura, enquanto o agente não-estatal mais armado do mundo continua a manobrar na sombra.

Uma nova vaga de ataques aéreos atingiu alvos no sul do Líbano e nos subúrbios de Beirute, onde pelo menos três comandantes do Hezbollah foram mortos. Em resposta, o movimento xiita lançou mais de 300 foguetes para o norte de Israel e drones contra uma base naval a sul de Haifa. As Forças Armadas israelitas anunciaram que vão continuar as operações, e repetiram os avisos para que as populações se afastem de casas com armas, o que aprofundou o êxodo para o norte do Líbano. Esta situação de “quase guerra em todo o sentido”, como classificou o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, expôs também a frágil situação daquele país atraído para um vórtice de crises simultâneas – económica, financeira, política e institucional – perante a apatia das elites e a influência cada vez maior do movimento religioso, político e armado que é o “Partido de Deus” (Hezbollah).

A crise económica e financeira desvalorizou a moeda em cerca de 90% e atirou mais de 80% da população para a pobreza – o Banco Mundial, num relatório de 2021, disse que a crise do Líbano está possivelmente entre as três mais graves desde meados do século XIX. O país depende das remessas dos emigrantes, que correspondem a mais de metade do PIB.

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