Na tribuna, as referências à guerra na Ucrânia foram poucas, tendo Lavrov aproveitado antes para apelidar o Ocidente de “império de mentiras”. Segundo o ministro, “foi declarado o objetivo de uma “derrota estratégica” da Rússia”, sendo que esta “obsessão” acabou por “turvar a visão dos políticos imprudentes, que sentem uma sensação de impunidade” e “perdem o sentido de autopreservação”. Para o chefe da diplomacia russa, os EUA e os “subordinados” continuam a alimentar “conflitos que dividem artificialmente a humanidade em blocos hostis”. Isso “dificulta a realização dos objetivos globais”, ao “forçar o mundo a jogar de acordo com suas próprias regras egocêntricas” e “impedir a formação de uma verdadeira ordem mundial multipolar”.
Lavrov falou na Assembleia Geral quatro dias depois de o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ter subido à tribuna – as regras ditam que os países representados pelos chefes de Estado são os primeiros a intervir, ficando os que enviam apenas ministros para o fim. Sobre a guerra, falou pouco, limitando-se a recapitular as queixas históricas que remontam à dissolução da União Soviética em 1991, mas não se mencionando a situação no terreno, 19 meses após a invasão.
Mas não fugiu ao tema na conferência de imprensa, acusando o Ocidente de, com o seu apoio a Kiev, estar já diretamente em confronto com Moscovo: “Podem chamar o que quiserem, mas eles estão a combater contra nós. Dizemos que é uma guerra híbrida, mas isso não muda as coisas.” Sobre o plano de paz de dez pontos de Zelensky, disse que não é possível implementá-lo. “Não é realista e toda a gente percebe isso, mas, ao mesmo tempo, dizem que é a única base para as negociações”, lembrou.
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