Ao contrário do que o governo tem defendido, nem todos os trabalhadores vão ter um alívio na retenção na fonte, com as novas tabelas de IRS que vigoram a partir de 1 de julho. Solteiros com um filho, com grau de deficiência igual ou superior a 60%, que ganhem acima de 1118 euros brutos por mês, inclusive, vão passar a descontar mais, o que se traduzirá num salário líquido inferior.
O alerta foi dado pela Deco Proteste e depois confirmado pelas contas do Dinheiro Vivo para vários escalões de rendimentos. O Ministério das Finanças de Portugal foi questionado por este jornal, na sexta-feira passada, 26 de maio, no sentido de perceber se se trata de um erro e se o irá corrigir, mas até ao fecho da edição não obteve resposta.
A manterem-se estas tabelas, as perdas salariais podem variar entre um euro por mês para vencimentos brutos mensais brutos de 1118 euros e 161 euros para ordenados ilíquidos de 8000 euros, em comparação com o regime de retenção em vigor. Se calcularmos os descontos para um salário de 1700 euros, por exemplo, a penalização será de 63 euros por mês.
No primeiro caso, com um ganho de 1118 euros, o ordenado líquido passará a 994,02 euros, menos um euro, face aos 995,02 euros auferidos neste momento. O apuramento dos valores do simulador da Deco Proteste, confirmados pelo Dinheiro Vivo já inclui as contribuições de 11% para a Segurança Social e não considera o subsídio de refeição.
Um trabalhador com um ordenado de 1700 euros, que desconta 110 euros mais as contribuições sociais, perfazendo um valor líquido de 1403 euros, vai começar a adiantar ao fisco 173 euros, mais 63 euros, o que dá um vencimento inferior, de 1340 euros.
Considerando um ganho superior, de 8000 euros brutos mensais, os descontos para o IRS vão subir de 2592 euros por mês para 2753 euros. Feitas as contas, este trabalhador, que aufere 4528 euros limpos, vai passar a receber 4367 euros, menos 161 euros por mês.
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