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‘Faz parte do jogo’: start-ups confiam em recuperação após quebra do SVB

AFP

Um dia antes de apresentar seu negócio no festival de empreendedores mais esperado de Austin, Vahag soube da quebra do banco SVB, onde milhares de pessoas como ele têm conta. Apesar da incerteza, ele acredita que a maioria dos projetos irá sobreviver.

Os participantes desta semana do South by Southwest (SXSW), na capital do estado americano do Texas, circulam em um ambiente animado, mas, no Centro de Convenções de Austin, é inevitável comentar sobre a quebra do SVB, financiador de milhares de start-ups (empresas emergentes) nos Estados Unidos desde a década de 1980.

Um bate-papo previsto com a executiva do SVB Rochelle Stewart desapareceu do programa do SXSW. “A loucura bancária do SVB nos afetou, nossos recursos ficaram congelados por alguns dias e, agora, estão de volta. Uma das coisas boas de estar nos Estados Unidos é que as start-ups têm mais chance de sucesso”, avaliou Vahag Karayan, 47.

Armênio e residente nos Estados Unidos há mais de três décadas, Karayan é um dos fundadores da plataforma de geração de conteúdo BrandLens, sediada na Califórnia.

O jamaicano e morador do Texas Rudy Dunbar, diretor de vendas da EverCase, que propõe a conservação de alimentos replicando temperaturas abaixo de zero sem a formação de cristais de gelo, diversifica seus recursos. “Ainda temos recursos no SVB, estamos no processo de transferi-los para outro lugar. Mas, agora, os fundos retornaram, o governo anunciou que pode ajudar a todos, motivo pelo qual estamos de volta à normalidade”, afirmou, aliviado.

Segundo o site do SVB, 44% das empresas de tecnologia e atendimento médico lançadas em 2022 com capital de risco americano eram suas clientes.

‘Certo nível de risco’

Kyle Skippon, 30, chefe de engenharia da canadense Titan Haptics, que desenvolve tecnologia tátil para telefones celulares e consoles, ressalta que start-ups “sempre assumem algum nível de risco. Não é um risco divertido quando seu dinheiro desaparece da noite para o dia”.

Os recursos de Skippon não foram expostos, mas empresas parceiras “tiveram momentos bastante assustadores. Felizmente, sobrevivemos.”

“Enfrentar a ameaça de não poder pagar os salários não é do que uma start-up se trata. Trata-se de produzir a tecnologia futura, e não deveria ser ameaçada por algo como uma gestão bancária ruim”, considerou Skippon, que não acredita que “o panorama de financiamento mudará muito a longo prazo”.

Com juros baixos, o setor de tecnologia conseguia recursos baratos, mas, quando esse ciclo foi interrompido, muitos clientes do SVB optaram por sacar o dinheiro depositado para pagar suas contas, uma vez que o crédito se tornou mais caro. Isso obrigou o banco a vender com prejuízo parte de seus ativos em títulos de longo prazo, sensíveis às taxas de juros, o que marcou o início de sua queda.

“Faz parte do jogo. Muitos investidores perderam dinheiro. Mas o bom é que as start-ups ainda são capazes de seguir em frente. Para os Estados Unidos, ou para qualquer país, ter um ecossistema sólido de start-ups é vital para a inovação”, concluiu Vahag Karayan.

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