Os portugueses com habilitações superiores que emigram chegam a ganhar três vezes mais nos países que os acolhem do que em Portugal. Conseguem empregos estáveis e progressão profissional, e os que partiram a pensar no regresso, dizem, agora, que a saída é permanente. São os novos emigrantes e estas conclusões estão no estudo Êxodo de competências e mobilidade académica de Portugal para a Europa.
“Faz-se um investimento na formação dos jovens, que depois não têm o devido reconhecimento na sociedade portuguesa e acabam por emigrar. Não há o devido retorno para o desenvolvimento do país”, lamenta João Teixeira Lopes, um dos autores do estudo. Esclarece: “Do ponto de vista do indivíduo é perfeitamente racional, mas não do país. Estamos a perder a geração mais qualificada, é um absurdo.”
A investigação envolveu os jovens qualificados que emigraram para a Europa, e que representarão um quarto dos portugueses que deixaram o país na última década, segundo o sociólogo, professor e investigador do Instituto de Sociologia da Universidade do Porto. Discorda do uso do termo “fuga de cérebros”, preferindo a designação “emigração qualificada”.
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