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Cabo Verde aponta retoma turística no Sal e Boa Vista e quer alargar a São Vicente

Lusa

O primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, reconheceu ontem a “retoma efetiva” na procura turística nas ilhas do Sal e da Boa Vista e afirmou que São Vicente será a próxima prioridade da diversificação na oferta

“Há uma retoma efetiva, ainda muito concentrada no Sal e Boa Vista, o que nos desafia a desconcentrar. São Vicente poderá ser a próxima ilha com grande impulso turístico”, afirmou o primeiro-ministro, após inaugurar a obra de reabilitação do Hotel Riu Karamboa, na ilha da Boa Vista, avaliada em 48 milhões de euros.

“Há um conjunto de hotéis em construção que vai suprir o problema de oferta de quantidade e qualidade, além de muitos outros ingredientes que complementam com o turismo de cidade, um ambiente cultural agradável, e com a ilha de Santo Antão a completar. [a ilha do] Maio é também outro próximo destino turístico muito forte”, disse o chefe do Governo.

Ulisses Correia e Silva inaugurou hoje a reabilitação e ampliação do Hotel Riu Karamboa, descrevendo ser um “ato simbólico, mas muito forte, marcando uma grande diferença em relação ao que se tinha antes, com aumento de qualidade, a nível arquitetónico, espaços e melhores condições de serviços. O grupo espanhol Riu é o maior investidor turístico em Cabo Verde, com forte sentido de responsabilidade social, bom contribuinte em termos de impostos, cria empregos e promove outros investimentos. É, sem dúvidas, um grupo de referência para Cabo Verde”.

“No verão, em época baixa, estávamos com uma ocupação muito alta, no Sal e na Boa Vista, com níveis superiores a 80%. Para a época do inverno turístico, prevê-se o aumento desta ocupação. Estamos muito confiantes”, acrescentou.

“Para 2023, esperamos crescimento ainda maior, saímos de uma contração de 14,8%, crescemos 7% em 2021, vamos crescer mais de 8% em 2022, graças ao impulso do turismo e a sua retoma. E se em 2023 mantivermos a tendência, vamos ter muito maior fluxo turístico nas ilhas. Há investimentos em curso”, garantiu ainda.

O presidente do conselho de administração do Riu Hotels & Resorts, Luis Riu, reafirmou anteriormente a aposta em Cabo Verde, destino onde começou a investir há 20 anos e também onde é atualmente o principal empregador do país.

“Há 20 anos Cabo Verde era um compromisso pessoal, hoje é um grande destino internacional com caráter e força próprios”, afirmou Riu, numa mensagem publicada no portal eletrónico do grupo, em que destaca que Cabo Verde é o preferido dos seus clientes europeus no inverno, recebendo anualmente 300 mil turistas.

Luis Riu descreveu as ilhas do Sal e da Boa Vista como “dois paraísos onde se destacam o bom tempo, a simpatia extrema das suas gentes e a desconexão”, e recordou que quando aceitou uma proposta de investimento, o local onde foi construído o primeiro hotel não tinha eletricidade, água canalizada ou esgoto.

O presidente do grupo hoteleiro explicou que o Riu tem servido como “escola” e “motor de desenvolvimento local” e recordou que todos os chefes de departamento dos hotéis de Cabo Verde foram formados nos estabelecimentos do Sal e da Boa Vista.

O grupo hoteleiro tem colaborado com os centros de saúde do país doando equipamentos para colmatar algumas carências, em colaboração com o Ministério da Saúde, e desde 2014 colabora com a Africa Avanza, que já realizou 45 missões de cooperação no país para realizar consultas, ações de formação e intervenções cirúrgicas.

Também em colaboração com os ministérios do Turismo e da Saúde, o Riu gere o envio de dois médicos para apoiar as equipas locais a enfrentarem a pandemia de covid-19 no país.

Após a primeira abertura em 2005, a empresa hoteleira manteve a aposta no destino onde tem seis estabelecimentos, o último dos quais, o Riu Palace Santa Maria, inaugurado em março de 2021.

Quanto às energias renováveis, o Riu instalou painéis solares para a produção de energia fotovoltaica tanto no Sal como na Boa Vista e a intenção é aumentar a produção até poder operar 100% com energia limpa.

Uma resolução do Conselho de Ministros cabo-verdiano de 28 de outubro, consultada em 02 de novembro pela agência Lusa, refere que o grupo hoteleiro Riu previa investir 48 milhões de euros na modernização de um dos ‘resorts’ que opera na ilha da Boa Vista e estima já ter investido em hotéis em Cabo Verde 450 milhões de euros.

De acordo com a resolução, o investimento total do grupo Riu em Cabo Verde cifrou-se até 2021 em 50 mil milhões de escudos (451 milhões de euros), com a criação de 2.345 postos de trabalho e a contribuição em impostos pagos de 2010 a 2020 de quase 11.200 milhões de escudos (101 milhões de euros) e 1.200 milhões de escudos (10,8 milhões de euros) de contribuições para a segurança social no mesmo período, o que levou agora o Governo a aumentar de 50% para 60% a percentagem do direito a crédito fiscal ao investimento no Karamboa, por dedução à coleta de IRPC.

O Riu Hotels & Resorts teve origem em Maiorca, Espanha, em 1953, como um pequeno negócio da família Riu, fundadora e atual proprietária do grupo, que conta com 100 hotéis em 20 países, os quais receberam em 2020 cerca de 2,3 milhões de clientes, empregando mais de 24.400 trabalhadores.

Cabo Verde recebeu um recorde de 819 mil turistas em 2019, setor que representa 25% do Produto Interno Bruto e do emprego no arquipélago.

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