O ex-piloto brasileiro de Fórmula 1 Nelson Piquet pediu desculpas nesta quarta-feira (29) ao heptacampeão Lewis Hamilton depois de chamá-lo de “neguinho” em uma entrevista, mas negou uma conotação racista.
“Peço desculpas de coração a todos que foram afetados, incluindo Lewis, que é um piloto incrível. Mas a tradução que circula em alguns veículos e nas mídias sociais não é correta”, afirma o brasileiro de 69 anos em comunicado.
Em uma entrevista de novembro de 2021, mas que ressurgiu na internet na terça-feira, o tricampeão mundial (1981, 1983, 1987) usou a palavra “neguinho” para se referir a Hamilton em um acidente envolvendo o britânico e o holandês Max Verstappen no Grande Prêmio da Inglaterra de 2021.
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“O ‘neguinho’ (Hamilton) deixou o carro porque não tinha como passar dois carros naquela curva. Ele fez de sacanagem. A sorte dele foi que só o outro (Verstappen) se fodeu. Fez uma puta sacanagem”, disse Piquet na entrevista ao Motorsports.com.
Nesta quarta, Piquet defendeu-se e afirmou que o que falou “foi mal pensado, e não vou me defender disso, mas quero esclarecer que o termo é ampla e historicamente usado de forma coloquial na língua portuguesa como sinônimo de ‘pessoa’ ou ‘cara’, e não foi usado com intenção de ofender”.
“Nunca usaria o termo do qual fui acusado de usar em algumas traduções. Condeno fortemente qualquer sugestão de que teria usado essa palavra com o objetivo de diminuir um piloto por causa da cor de sua pele”, acrescentou o ex-piloto.
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No dia anterior, Hamilton reagiu: “É mais do que linguagem. Essas mentalidades arcaicas precisam mudar e não têm espaço em nosso esporte”. As declarações de Nelson Piquet foram condenadas pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA) e pela Fórmula 1, que organiza o Mundial de F1, por equipes e outros pilotos.
Piquet, que é pai da namorada de Verstappen, é apoiador do presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro.