Dois anos e quatro meses depois de deixar a carceragem da PF em Curitiba, onde permaneceu preso por 580 dias após condenação na Lava Jato, o ex-presidente Lula voltou à capital do Paraná, nesta sexta-feira (18), e participou do evento de filiação ao PT do ex-governador e ex-senador Roberto Requião.
Em discurso, o petista atacou os principais oponentes na corrida eleitoral, Jair Bolsonaro e Sergio Moro, e disse não acreditar em um Paraná “conservador”.
“O Paraná será aquilo que a gente tiver a disposição de conversar e convencer o povo, já tive vitórias memoráveis aqui. Possivelmente precisamos, quem sabe, modelar o nosso discurso para que a gente possa convencer a maioria desse povo”, afirmou.
O ex-presidente também criticou a criação por Arthur Lira (PP-AL) de uma comissão na Câmara Federal para discutir o modelo de semipresidencialismo para o país. “Só pode ser medo da nossa volta”, disse Lula, que também chamou o orçamento secreto do Congresso de “maior vergonha que o Brasil já teve”.
A maior parte do discurso do petista foi dedicado a propostas de governo opostas à atual gestão de Bolsonaro, a quem chamou de “psicopata”, citando principalmente a alta nos preços de produtos básicos, como alimentos e combustíveis. “Esse país tem que ser construído porque o destruíram moralmente”.
O ex-presidente também cutucou Moro, que, enquanto juiz, o condenou em processos da Lava Jato. “Tenho orgulho de estar falando da terra de onde Moro achou que era rei, mentindo para a sociedade brasileira e para a imprensa. Eles pensavam que eu estava destruído […], mas eu não podia dar o prazer para essa canalhada”.
A filiação de Requião contou com nomes de peso do PT, como o governador Wellington Dias (PI), o senador Jacques Wagner (BA), e a deputada federal e presidente do partido, Gleisi Hoffmann (PR).
O evento começou por volta de 18 horas e só foi finalizado às 22h30, com discursos de vários dos presentes.
Leia mais em Folha de S. Paulo