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“Se o PSD tivesse feito coligação, Rui Rio seria primeiro-ministro”

Foi candidato às legislativas pelo CDS, partido que já liderou. Aponta baterias à oposição interna, mas afiança que a família política não acabou e que “há um recomeço para fazer”. Deita as culpas em Rui Rio por não se ter alcançado uma maioria de direita nas legislativas e lança: “As autárquicas confundiram o PSD, foram atrás da vitória de Moedas.”

Já foi deputado da Assembleia da República, deputado ao Parlamento Europeu e líder partidário. Viu nascer o CDS, de onde nunca saiu. Nestas eleições voltou a ser candidato, mas o partido não elegeu nenhum deputado pela primeira vez desde 1975. Numa altura em que se discute o futuro do CDS, se o partido tem condições para continuar ou se o caminho é a extinção, o nosso convidado é José Ribeiro e Castro, 68 anos, conservador, democrata-cristão e ator nas últimas cinco décadas da política.

O senhor era o número dois da lista por Lisboa do CDS. O que é que o levou a voltar ao palco e a dar a cara pelo partido de forma tão presente outra vez?
Foi o sentido de emergência, a situação difícil em que estava o partido e não pude resistir às solicitações e pressões que foram feitas sobre mim. Fui convidado algumas vezes para encabeçar listas, mas recusei para aí cinco vezes. Depois dormi sobre o assunto e, no dia seguinte, disse que aceitava ser número dois por Lisboa, fui eu que escolhi esse lugar que me pareceu adequado. O presidente por acaso até me disse que então trocávamos e que ia ele ao número dois, mas eu disse-lhe que era o que mais faltava. Ele é que é o presidente do partido e, portanto, o sinal que eu quis dar foi estar presente num combate muito importante e decisivo para o CDS – infelizmente, como se veio a ver, da pior forma – e de contribuir para a eleição do presidente do partido em Lisboa, foi isso que desejei. Obviamente, desejávamos mais resultados, o partido procurava subir face à votação que teve em 2019, como é natural, e que em Lisboa elegesse pelo menos os dois. Mas os eleitores não quiseram assim, portanto, aceitamos democraticamente os resultados das eleições.

Mas ficou surpreendido, honestamente, na noite de domingo? Pela sua experiência e pela campanha que fez já antevia que iria ser assim?
A campanha correu bem, dentro das dificuldades e adversidades, correu bem. Os sinais que tínhamos e a reação das pessoas eram animadores. Devo dizer que é preciso ter nervos de aço para fazer uma campanha nas circunstâncias em que esta foi feita, sobretudo com um chuveiro de sondagens sempre desfavorável todos os dias. Esse é o primeiro cumprimento que quero fazer a Francisco Rodrigues dos Santos. Foi a bravura, a coragem e o ânimo, que manteve sempre até ao último minuto da campanha, que terminou de uma forma particularmente vibrante, num comício à porta da sede do CDS, portanto, no Largo Adelino Amaro da Costa, no Caldas. E, nesse aspeto, foi um desafio vencido e uma forma ousada de terminar a campanha, e nós confiávamos que as sondagens se enganassem. Por acaso, já na última eleição não se tinham enganado muito, mas acho que as sondagens foram desastrosas de uma forma geral, mas acertaram nos pequenos partidos, nos grandes é que falharam estrondosamente.

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