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Putin em Pequim para formar bloco de contenção ao Ocidente

Da última vez que Vladimir Putin esteve em Pequim na cerimónia de abertura de uns Jogos Olímpicos, o seu exército estava a invadir outro país, a Geórgia. Era agosto de 2008 e o então primeiro-ministro russo, de camisa branca e gravata vermelha, conversou nas bancadas do estádio com o presidente norte-americano George W. Bush e acenou, vitorioso, para a delegação olímpica do seu país. Muitos analistas especularam se o presidente russo irá repetir a fórmula na amanhã, agora com a Ucrânia como alvo. Desta vez, porém, os dois regimes preparam uma manifestação de unidade, com a China a dar apoio às “exigências da Rússia relativas às garantias de segurança”, garante Moscovo.

Apesar de não jogarem no mesmo campeonato das democracias, os líderes da Rússia e da China levam muito a sério todas as medidas de condenação internacional ou de ostracização dos seus regimes. O boicote político aos Jogos Olímpicos em protesto pelas violações de direitos humanos em Xinjiang e em Hong Kong, por parte de alguns países, foi recebido em fúria pela diplomacia chinesa. A possibilidade de a Rússia vir a sofrer mais sanções económicas caso ataque a Ucrânia também não agradará ao Kremlin. Mais uma vez os antigos rivais comunistas são jogados aos braços um do outro, numa aliança contra o Ocidente.

A confirmar-se o que o Kremlin adiantou na quarta-feira, a China vai reforçar o apoio à Rússia no que se refere às suas “preocupações de segurança” durante a visita do presidente russo. Um alto funcionário do Kremlin disse que Putin e o homólogo chinês Xi Jinping estavam em sintonia sobre a questão da segurança global. “Foi preparada uma declaração conjunta sobre a entrada das relações internacionais numa nova era”, disse aos jornalistas Yury Ushakov, o principal conselheiro de política externa do Kremlin, acrescentando que a declaração refletirá as “opiniões comuns” de Moscovo e de Pequim sobre a segurança, entre outras questões. “A China apoia as exigências da Rússia em matéria de garantias de segurança”, acrescentou Ushakov.

A China já tinha declarado estar do lado russo. Há uma semana, em conversa telefónica, o ministro dos negócios estrangeiros da China Wang Yi disse ao homólogo norte-americano Antony Blinken que as preocupações de segurança da Rússia deveriam ser levadas a sério e que a segurança regional não poderia ser garantida pela expansão dos blocos militares, em referência às objeções da Rússia à potencial adesão da Ucrânia à NATO. “Wang salientou que a segurança de um país não deveria fazer-se à custa da segurança de outros”, disse a agência de notícias chinesa Xinhua.

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