O Presidente timorense disse hoje que as forças de defesa do país são um “pilar vital” da afirmação de Timor-Leste, sendo fundamental continuar a formar militares competentes e motivados para assim melhor edificar a instituição
“Sem Forças Armadas unidas fortes e prestigiadas não há um Timor-Leste unido, forte e prestigiado”, afirmou Francisco Guterres Lú-Olo na cerimónia de comemoração do 21º. aniversário das Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL).
“Quem conhece a nossa história sabe que sempre foi o elemento humano e a sua vontade de combater que fez a diferença. E, assim, vai continuar a ser. O futuro passa por uma organização constituída por militares competentes e motivados, com elevados padrões de formação, qualificação e treino”, disse.
O chefe de Estado referiu-se ao desafio que tem sido e continuará a ser o “exercício complexo de gestão de necessidades, de interesses e de objetivos, que só pode ser resolvido através de um rigoroso e exigente processo de planeamento de defesa nacional e de forças”.
A cerimónia de hoje ficou marcada pela troca de chefe do Estado-Maior General (CEMGFA), com a saída de Lere Anan Timur e a nomeação de Falur Rate Laek para o cargo.
“A hora da despedida de um comandante militar é sempre um momento de alto significado. Quero hoje, aqui na presença das forças militares, prestar a minha sincera homenagem a um soldado de Timor-Leste que terminou a sua longa e distinta carreira militar”, disse Lú-Olo.
“Por ter cessado recentemente as suas funções, a seu pedido, quero aproveitar esta ocasião para expressar o reconhecimento que lhe é devido pelos elevados serviços prestados à pátria e às FALINTIL-FDTL, que serviram de exemplo e muito prestigiaram Timor-Leste”, considerou.
Recorde-se que Lere Anan Timur foi exonerado, a seu pedido, para poder candidatar-se nas eleições presidenciais de 19 de março, tendo a sua equipa entregue hoje a documentação necessária no Tribunal de Recurso em Díli.
Ao seu sucessor no comando das forças de Defesa, Lú-Olo recordou que o cargo de CEMGFA“é um desafio dos mais gratos para qualquer oficial (…), mas é também dos mais difíceis”, destacando o seu papel no “desenvolvimento e a consolidação da estrutura superior de comando e controlo, a formação, o aprontamento e a sustentação das forças por forma a torná-las mais flexíveis e aptas a responder aos mais variados desafios”.
Em breve serão nomeados novos vice-chefe de Estado-Maior-General, chefe de Estado-Maior das F-FDTL e comandantes das Componentes, anunciou.
“A mudança de um Comandante Militar deve ser encarada de forma positiva, com confiança e naturalidade. Faz parte de um processo natural no nosso historial de mudanças da liderança militar desde a restauração da independência”, disse.
“Esta mudança deve ainda ser vista como um sinal de confiança do poder político na instituição militar e na capacidade de liderança das suas chefias e, ao mesmo tempo, um incentivo para o desenvolvimento natural das expectativas de progressão na carreira militar dos nossos militares, considerou ainda.
Lú-Olo recordou a transição histórica para as F-FDTL, honrando a memória das Falintil que “resistiu com resiliência e heroicidade únicas, contando com as suas próprias forças, durante 24 anos de luta contra a ocupação militar” do país do nosso País.
“As Falintil, como servidoras do Estado, deixaram-nos como legado a independência da nossa Pátria e os princípios e valores que nos unem e que constituem os alicerces do nosso Estado de Direito Democrático”, afirmou.