Questionado pela oposição no habitual debate mensal no Parlamento, subordinado ao tema “O papel dos transportes na economia e na integração regional”, o chefe do Governo admitiu que a retoma da operação da TACV, em Dezembro, após 21 meses sem voos devido à pandemia de Covid-19, foi feita com um Boeing 757 em regime de leasing da TAAG.
“Tem de facto problemas de performance”, admitiu Ulisses Correia e Silva, quando questionado pelos deputados da oposição, justificando o recurso àquela aeronave, que está a garantir ligações semanais entre a Praia e Lisboa, por ter sido a mesma que já operou, em 2016, para a qual já havia licenciamento para operação.
“Vai ser substituído por Boeing 737, nomeadamente na parceria que estamos a trabalhar com Angola, para garantir aviões com mais ‘performance’”, disse Ulisses Correia e Silva.
O chefe do Governo acrescentou que essa aeronave visa essencialmente, servir os voos para os países da Europa, dado o alcance limitado, e prevê-se a aquisição de outra segundo semestre deste ano para as ligações para Boston Estados Unidos da América.
De acordo com informação da TAAG, a companhia angolana opera vários Boeing 737 com capacidade para 120 passageiros, essencialmente nas rotas domésticas, que está a substituir por seis Dash 8-400 turbo hélice.
Durante a manhã, no mesmo debate, o Primeiro-Ministro cabo-verdiano já tinha afirmado que os Governos de Cabo Verde e Angola estão a procurar uma solução para efectivar uma parceria entre a TACV e a TAAG, companhias aéreas de bandeira dos respectivos países.
“Relativamente à parceria com Angola, nos transportes aéreos, o Governo de Cabo Verde está a trabalhar no processo com o Governo angolano, desde 2018. Iniciámos esse processo de conversações e esperamos que possamos encontrar as melhores soluções”, afirmou Ulisses Correia e Silva.
O chefe do Governo também adiantou que a taxa de ocupação no avião, com que a TACV opera ronda actualmente os 45 por cento.
A Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV) foi privatizada pelo Governo, em 2019, com a venda de 51 por cento do capital social a investidores islandeses e renacionalizada, em 2021 por decisão do Governo, na sequência da pandemia de covid-19.
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