Comandante das forças especiais insurgiu-se contra deriva autoritária do país e promete transição pacífica.
Meio mundo protestou pelo golpe militar realizado no domingo à noite em Conacri, que culminou com a detenção do presidente Alpha Condé, mas milhares de pessoas saíram às ruas da capital da República da Guiné, apesar da condenação internacional, para expressar apoio aos golpistas.

O país de 13 milhões de habitantes, apesar das riquezas naturais, mantém-se como um dos mais pobres, e a degradação do ambiente económico e político, este último devido à mudança da Constituição para Condé poder concorrer a um terceiro mandato, terão desencadeado mais um golpe em África, depois do ocorrido no Mali, embora, segundo a AFP, os diplomatas e os meios de comunicação locais afirmaram que um dos fatores subjacentes ao golpe pode ter sido um confronto com o governo sobre o controlo do Ministério da Defesa sobre as forças especiais.
O tenente-coronel Mamady Doumbouya, o líder do golpe na Guiné, é o comandante das forças especiais, um militar que recebeu educação superior em França e que serviu em tempos na Legião Estrangeira francesa. Ontem, Doumbouya convocou com caráter de obrigatoriedade os ministros e outros titulares de órgãos dissolvidos pela força das armas. Doumbouya comprometeu-se a supervisionar uma “transição inclusiva e pacífica”, prometeu que não iria executar uma caça às bruxas e deu um sinal às empresas que operam no país, em especial as da indústria mineira, para continuarem.
“Houve muitas mortes por nada, muitos feridos, muitas lágrimas”, disse em referência à repressão sangrenta de Condé contra os protestos que eclodiram devido ao adiamento das eleições legislativas e ao referendo para acabar com a limitação de mandatos do presidente, que teve lugar em março de 2020. Dezenas de pessoas morreram durante os protestos.
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