O chefe do Estado Maior dos Estados Unidos, general Mark A. Milley, avisou ontem que é possível que a China supere militarmente o seu país num futuro próximo, se não for feito um aumento no investimento em defesa
Perante a comissão das Forças Armadas da Câmara dos Representantes, Milley apontou Pequim como o grande rival militar de Washington a nível global e alertou para os riscos do aumento das suas ambições bélicas.
“A China não é militarmente superior aos Estados Unidos, neste momento. Mas o seu objetivo é estar no mesmo nível, pelo menos, se não acima”, avisou o general, durante uma audiência sobre o pedido de orçamento de 715 mil milhões de dólares (cerca 600 mil milhões de euros) em defesa, no ano fiscal de 2022.
“E esse cenário é possível, num determinado período de anos, se não avançarmos”, concluiu Mark Milley, que citou a necessidade de uma aposta forte dos EUA na defesa cibernética, no espaço, em submarinos e em inteligência artificial, dizendo que estas serão as principais áreas de rivalidade nos próximos 15 a 20 anos.
“Temos de antecipar todos os cenários. Caso contrário, faremos com que as futuras gerações enfrentem uma situação muito difícil com a China”, acrescentou o general.
Ao lado de Milley estava o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, que lembrou a sua recente instrução para colocar a China e o seu fortalecimento militar no centro da política de defesa dos Estados Unidos.
A China foi um dos principais alvos de crítica na recente digressão europeia do Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, na qual o líder norte-americano procurou um apoio mais claro dos seus aliados para a sua principal prioridade internacional: a intensa competição entre Washington e Pequim.