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“Meninos de rua” foram usados para fazer depósitos milionários em Angola

Santos Vilola

Os depósitos de dinheiro do extinto Gabinete de Revitalização da Comunicação Institucional e Marketing da Administração (GRECIMA) na conta que tinha no Banco de Comércio e Indústria (BCI) eram feitos por pessoas com “aparência duvidosa”, afirmou, ontem, o ex-presidente do Conselho de Administração daquela instituição bancária, Filomeno Ceita.

Ouvido como declarante, na Câmara Criminal do Tribunal Supremo, no processo judicial que apura responsabilidades pelo desvio de 98.141.632 de euros na gestão do GRECIMA, Filomeno Ceita disse que as pessoas que faziam depósitos milionários na conta daquele gabinete tutelado pela então Casa Militar do Presidente da República pareciam “meninos de rua”, porque apresentavam-se mal vestidos.

Segundo Filomeno Ceita, eram contra-valores em Kwanzas depositados na conta do GRECIMA no BCI por pessoas com aparência de “sem-abrigos”. Filomeno Ceita afirmou que isso chamou atenção do banco que chegou a suspender os movimentos nas contas do GRECIMA naquela instituição financeira. Segundo o ex-gestor, o BCI chegou a informar a Unidade Técnica Financeira sobre essa situação porque a conta do GRECIMA estava ligada ao Orçamento Geral do Estado em que devia apenas receber dotações orçamentais e não depósitos de particulares.

O ex-presidente do Conselho de Administração do BCI afirmou que muitas transferências de divisas para o exterior do país foram feitas pelo GRECIMA e chegaram a ser rejeitadas porque os bancos correspondentes no exterior detectavam irregularidades em matéria de compliance (regra) internacional sobre a matéria. Ouvido nas instâncias do juiz, do Ministério Público e dos advogados, Filomeno Ceitas referiu que o banco chegou a suspeitar a frequência com que eram feitos os movimentos (depósitos) na conta daquele gabinete.

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