Início Mundo Imunidade ao Ébola dura anos depois da infeção e o mesmo pode acontecer com a Covid

Imunidade ao Ébola dura anos depois da infeção e o mesmo pode acontecer com a Covid

Sobreviventes do Ébola que não tinham anticorpos revelaram capacidade duradoura de combater o vírus com uma resposta surpreendente do organismo. O estudo está a ser aproveitado para avaliar a imunidade ao novo coronavírus

A imunidade ao mortal vírus Ébola, que tanto afetou o continente africano, pode durar anos após a infeção, concluiu o estudo mais completo do mundo sobre sobreviventes realizado por cientistas britânicos e guineenses, noticia hoje o jornal britânico The Guardian.

A equipa de cientistas na Guiné descobriu que alguns sobreviventes do Ébola não mostraram anticorpos três meses após a infeção. Como combateram então o vírus letal? Lutaram contra uma possível reinfeção com células T (“células assassinas”) de reserva, um tipo de glóbulos brancos que disparam a resposta imunológica e com células B, que memorizam o plano de batalha específico contra um patógeno e segregam anticorpos rapidamente quando reativadas, de acordo com as descobertas publicadas na revista Lancet Infectious Diseases.

Trata-se do estudo mais longo e abrangente do mundo sobre sobreviventes ao devastador surto que atingiu a África Ocidental entre 2013 e 2016. Os resultados podem ajudar a compreender a resposta imunológica do corpo à Covid-19 e a outras doenças zoonóticas.

Os cientistas “avaliaram exclusivamente as respostas dos anticorpos neutralizantes e das células T”, colhendo amostras de sangue durante três anos de 117 sobreviventes, 66 contactos e 23 indivíduos de controlo negativo na Guiné.

Os resultados contrariam um estudo recente que sugerira que os anticorpos ao novo coronavírus podem durar apenas dois meses, levando à especulação de que a imunidade ao vírus pode não ter vida longa e que os doentes recuperados correm o risco de reinfeção.

Os testes pós-Covid atuais são apenas para anticorpos e não medem a quantidade de células T ou B. “Só porque os anticorpos não podem ser detetados, não significa necessariamente que alguém não adquiriu imunidade à infecção”, explicou o principal autor do estudo científico, Miles Carroll, professor da Universidade de Oxford e vice-diretor do Serviço Nacional de Infeção em Porton Down, Wiltshire, Inglaterra.

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