A noite já vai longa quando a polícia invade uma casa perto de Barcelona, onde centenas de plantas de canábis estão a crescer no porão sob o brilho de um mar de lâmpadas de calor.
Depois de décadas como a porta de entrada para o haxixe marroquino entrar na Europa, a Espanha agora está a assistir a plantações ilegais multiplicarem-se enquanto o país se transforma num centro de produção de canábis, atraindo gangues de criminosos de todo o continente.
Entre 2014 e 2018, as apreensões de plantas de marijuana quadruplicaram, mostram os números do Ministério do Interior espanhol. O país sozinho foi responsável por um terço de todas essas operações em toda a União Europeia, de acordo com o Relatório Europeu sobre Drogas de 2019.
E o maior número de apreensões ocorreu na Catalunha, a rica região a nordeste que faz fronteira com a França. “A Catalunha tornou-se o pomar de marijuana da Europa”, afirma Ramon Chacon, um importante investigador criminal da polícia regional Mossos d’Esquadra.
O fenómeno começou há cerca de uma década, quando grupos envolvidos na distribuição de haxixe marroquino ao longo da costa mediterrânica espanhola, que já tinham uma boa rede de distribuição e contatos, “perceberam que poderiam ganhar mais vendendo maconha”.
Com cerca de 25 milhões de consumidores, a canábis é a droga preferida dos europeus, cuja venda possa ter garantido aos traficantes cerca de 11,6 mil milhões de euros no ano passado, mostram estimativas da Europol.
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