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Sucessor de Shinzo Abe é hoje votado no parlamento

Lusa

O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, e os membros do Governo renunciaram, abrindo caminho para que o sucessor assuma o cargo após a confirmação parlamentar agendada para hoje.

Abe, o primeiro-ministro do Japão que mais tempo esteve no cargo, anunciou no mês passado a demissão por causa de problemas de saúde.

“Eu dediquei o meu corpo e alma à recuperação económica e à diplomacia para proteger o interesse nacional do Japão todos os dias desde que regressámos ao poder”, disse Abe aos jornalistas, antes de seguir para a última reunião do executivo.

“Durante esse período, fui capaz de enfrentar vários desafios, juntamente com a população, e estou orgulhoso de mim mesmo”, acrescentou.

Abe disse que a sua saúde está a melhorar graças ao tratamento, que vai apoiar o sucessor, Yosihide Suga, a partir de agora, e agradeceu ao povo pela compreensão e forte apoio à nova liderança.

Suga, chefe de gabinete e ministro porta-voz do Governo de Abe, foi escolhido na segunda-feira como o novo líder do Partido Liberal Democrata, praticamente garantindo a eleição como primeiro-ministro na votação marcada para hoje, já que o partido detém a maioria no parlamento, a Dieta Nacional do Japão.

Filho de um cultivador de morangos no município de Akita, no norte do país, Suga, de 71 anos, prometeu servir os interesses das pessoas comuns e das comunidades rurais.

Por outro lado, afirmou que vai dar continuidade às políticas de Abe e que as principais prioridades passam por combater o novo coronavírus e revitalizar a economia afetada pela pandemia.

Suga tem sido um apoiante leal de Abe desde a primeira passagem deste último pelo cargo de primeiro-ministro, de 2006 a 2007. O mandato de Abe terminou então abruptamente por causa de uma doença e Suga ajudou-o a regressar como primeiro-ministro em 2012.

Abe, de 65 anos, que sofre de colite ulcerosa, explicou no mês passado que era obrigado a renunciar, uma vez que tinha pela frente um tratamento contínuo com óbvio impacto físico, apesar de se sentir melhor.

Suga elogiou a diplomacia e as políticas económicas de Abe quando questionado sobre o que pretendia fazer como primeiro-ministro.

Sem pertencer a nenhuma ala dentro do partido e oposto ao partidarismo, Suga assumiu-se como um reformador que vai combater os interesses adquiridos e prometeu criar uma nova agência governamental para acelerar a transformação digital no Japão.

Na remodelação dos cargos principais do partido no Governo distribuiu uniformemente os cargos principais com as fações principais, um ato de equilíbrio visto como uma retribuição aos apoios dados na corrida pela liderança.

Suga disse que vai nomear “pessoas trabalhadoras com mentalidade reformista” para o novo executivo.

O novo primeiro-ministro vai herdar uma série de desafios, incluindo as relações diplomáticas e económicas com a China e os Estados Unidos, bem como o que fazer com os Jogos Olímpicos de Tóquio, adiados para o próximo verão devido à pandemia.

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