Meses depois de Wuhan relatar a sua última infecção por SARS-CoV-2, grande parte da cidade parece ter voltado à normalidade, contudo há ainda um longo caminho a percorrer
Quando Wang Dandan se mudou para Wuhan para trabalhar como gerente num hotel recém-construído no verão passado, enunca poderia imaginar o que aconteceria à cidade e ao mundo um ano depois devido à pandemia de Covid-19, que teve epicentro precisamente naquela cidade.
Depois que as autoridades isolaram a cidade chinesa a 23 de janeiro, o seu hotel tornou-se dormitório para profissionais médicos espalhados pela cidade.
Graças à sua proximidade com dois grandes hospitais, o hotel logo ficou cheio de médicos e enfermeiros. O lobby do ainda está decorado com faixas de seda enviadas por equipas médicas visitantes, como forma de agradecimento pela hospitalidade.
Mas quase 150 dias após o bloqueio da cidade ter sido suspenso, o impacto do surto sobre os negócios ainda é latente. “O trauma causado pela pandemia é tão profundo para todos nós que é difícil para qualquer um evitar”, disse Wang ao South China Morning Post.
A taxa de ocupação do hotel voltou aos 90%, mas as tarifas dos quartos cairam 50 por cento em média para cerca de 200 yuans por noite, revelou Wang. “O lucro é muito pouco. Ainda estamos tentar compensar as perdas”, assumiu.
Apesar da queda de 20% do PIB de Wuhan, a maior parte da cidade parece ter voltado ao normal. Autocarros e táxis circulam pelas ruas, os restaurantes estão cheios e os parques temáticos esgotam, aproveitando a decisão do governo local de isentar as taxas de entrada. Na próxima terça-feira, 2800 escolas abrirão portas para 1,4 milhões de alunos, de acordo com as autoridades locais.
Embora existam inúmeras perguntas sem resposta, Pequim elogiou a recuperação da cidade como prova de que a sua resposta autoritária ao novo coronavírus é superior à de democracias ocidentais como os Estados Unidos, que ainda está recuperando-se da crise sanitária.