Mais de 500.000 crianças de Beirute lutam pela sobrevivência, num país que atravessa uma estagnação da economia, lamentou esta quarta-feira (29) a ONG Save The Children.
O Líbano vive há meses a pior crise económica e financeira da sua história, agravada pela pandemia do coronavírus e marcada pelo colapso da moeda nacional, o aumento do desemprego e a hiperinflação.
Na região de Grande Beirute, que inclui a capital e subúrbios, 910.000 pessoas, entre elas 564.000 crianças, mal conseguem satisfazer suas necessidades básicas, como a alimentação, alertou a ONG.
Desde setembro do ano passado, os preços dos produtos básicos subiram 169%, enquanto o desemprego chegou a 45% no setor informal. O poder de aquisição das famílias caiu 85%.
“Esta crise atinge a todos: as famílias libanesas, os refugiados palestinos e sírios. Vamos começar a ver crianças morrer de fome antes do fim do ano”, lamentou Jad Sakr, diretor interino da ONG Save The Children, no Líbano.
O Líbano acolhe cerca de 1,5 milhão de refugiados sírios e 174.000 refugiados palestinos.
“Por causa do coronavírus, o meu pai não trabalha e nós não comemos. Quero trabalhar para ajudar os meus pais e dar o que comer às minhas irmãs”, relatou Sara, uma menina síria de 9 anos, citada pelo relatório da ONG.
A crise não poupa nenhuma classe social e crianças de famílias de classe média também têm sofrido.
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