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Angolano ajuda chineses a combater covid-19 em África

Valdemar Tchipenhe nasceu no Sumbe e aos 17 anos foi estudar Biotecnologia na Universidade Normal de Zhejiang. Agora, aos 23 anos, está ao serviço de uma empresa chinesa a ajudar a combater a covid-19 em África.

Logo após a conclusão dos estudos foi contratado pela empresa chinesa BGI Genomics na qual trabalha na sede em Shenzhen. Com o surgimento do novo coronavírus, o jovem angolano foi chamado, em janeiro, a juntar-se à equipa de especialistas chineses, numa altura em que tinham de trabalhar mais de 12 horas por dia, porque a maioria dos técnicos de laboratório estavam em quarentena nas suas cidades de origem.

A BGI desenvolveu o kit de testes do tipo “RT-PCR” fluorescente em tempo real para detectar a covid-19, fabrica sistemas automatizados de preparação de amostras de alta precisão, o “MGISP-960”, e kits de extracção de RNA de amostras para geração de resultados e análises adicionais.

Há cerca de um mês, Valdemar Tchipenhe foi contratado para fazer parte da equipa científica chinesa que agora está implementar o projecto laboratorial “Huo-Yan” em alguns países da África Ocidental para a triagem e teste do novo coronavírus.

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A equipa tem como missão específica qualificar os especialistas dos referidos países, em como manusear os produtos e materiais biomédicos, através de aulas teóricas e práticas.

“O facto de ter saído de África, aprender biotecnologia na China e agora estar aqui a ajudar outros povos africanos diante da pandemia do Covid-19, com o conhecimento que adquiri durante os meus seis anos de estudo e trabalho na China, faz-me sentir como se tivesse responsabilidades acrescidas sobre meus ombros”, diz o jovem, natural do Sumbe, em entrevista ao canal televisivo China Vision.

A equipa, composta por nove pessoas, já instalou dois laboratórios em Libreville e um em Lomé, com cada uma dessas unidades ter capacidade de realizar até cinco mil testes por dia e apresentar resultados em 24 horas. 

Segundo avança a Angop, o jovem manteve este domingo, ao telefone, com o embaixador de Angola na China, João Salvador dos Santos Neto, onde manifestou interesse de levar a sua experiência e a tecnologia da BGI a Angola, para apoiar os esforços do Governo no combate ao novo coronavírus. 

Valdemar Tchipenhe afirma que a quantidade de conhecimento que adquiriu ao longo desses anos foi “positivamente esmagadora” para si.

O jovem argumentou que, além de ter aprofundado os seus conhecimentos sobre o mundo das ciências médicas, aprendeu também lições de vida, como ter empatia pelas necessidades de outras pessoas e saber valorizar as habilidades de outras pessoas.

Ao responder uma questão sobre o seu possível regresso Angola, o jovem disse que, por enquanto, pretende continuar na China para continuar a “elevar” o seu grau académico e “adquirir” mais competências na sua área. “A melhor maneira de ampliar o meu horizonte é estar no exterior, aprendendo o máximo possível, expandir as minhas conexões e quando estiver melhor preparado, regressarei para dar a minha contribuição, mas “isso não é algo que pode ser realizado a curto prazo”, segundo disse. 

Valdemar Tchipenhe beneficiou de uma bolsa do Instituto Nacional de Gestão de Bolsas de Estudo (INAGBE), co-financiada pelo Conselho de Bolsas de Estudo da China (CSC), em 2014.

“Honestamente, eu não sabia muito sobre o mundo fora de Angola até ir para a China aos 17 anos. A China foi o primeiro país para o qual viajei. Foi também a primeira vez que saí da minha área de conforto”, afirmou.

Mesmo estando actualmente no Togo, e segundo a Angop, o embaixador de Angola na China telefonou a Valdemar Tchipenhe para o encorajar e expressar o seu apoio pela dedicação e entrega nesse projecto humanitário, e convidou o jovem a visitar a Embaixada, tão logo regresse regresse de África. 

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