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UNIVERSIDADE DE MACAU É A SEGUNDA MELHOR LUSÓFONA

 

A Universidade de Macau entrou este ano, pela primeira vez, no mais importante ranking académico, o Times Higher Education, que a posiciona entre as 300 melhores instituições de ensino superior do mundo, sendo a segunda melhor classificada na lusofonia, atrás apenas da Universidade de São Paulo.

 

A entrada da Universidade de Macau no top das 300 melhores universidades do mundo do Times Higher Education, que é baseado em dados facultados pela Thomson Reuters, representa o reconhecimento do trabalho desenvolvido pela instituição pública de ensino superior nas últimas duas décadas, disse ao Plataforma Macau o vice-reitor Rui Martins.

“Este ranking reconhece o trabalho desenvolvido aqui ao longo das últimas duas décadas, com um investimento forte na área da investigação e do ensino e representa que a Universidade de Macau está ao nível, nomeadamente, das universidades portuguesas”, salientou o responsável.

Na lista das 400 melhores universidades do mundo de 2014-2015, divulgada esta semana, que é liderada pelo Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), pela Universidade de Harvard e pela Universidade de Oxford, a Universidade de Macau surge entre a 276.ª e a 300.ª posições.

Rui Martins considerou o resultado como “bastante bom” ao constatar que “este é o ranking mais científico”.

O Times Higher Education avalia 13 indicadores de desempenho agrupados em cinco áreas, nomeadamente o ensino, investigação e citações, com um peso de 30% cada uma na classificação final, bem como a inovação e internacionalização, que valem 2,5% e sete por cento, respetivamente.

“Tenho estado ligado a esta questão dos rankings há muito tempo e há uns que são muito comerciais, outros que são pouco científicos, uns em que basta as universidades fazerem uns truques e conseguem subir, mas neste caso é mais difícil e este é também o mais antigo”, sublinhou o vice-reitor da Universidade de Macau ao defender que os dados do Times Higher Education têm “significado prático e real”.

 

PUBLICAÇÕES A AUMENTAR

 

Os mais de 500 artigos científicos publicados pela Universidade de Macau no ano passado e as mais de 3500 citações que registou foram os principais fatores que levaram à sua entrada no ranking mundial do Times Higher Education, sustentou o vice-reitor.

“São só consideradas para este ranking as universidades que tenham 200 ou mais artigos publicados em revistas científicas internacionais que são indexados pela base de dados de topo da Web of Science da Thomson Reuters nos últimos cinco anos e que tenham também mais de 1000 citações e tem sido isso que, nos últimos anos, a universidade tem vindo a aumentar significativamente”, apontou Rui Martins.

O responsável alertou, porém, que “tudo isto é normalizado, porque, por exemplo, a Universidade de Lisboa é muito maior do que a Universidade de Macau, portanto, pode ter muito mais publicações”. “A dimensão, o número de docentes e de alunos está tudo em jogo e, portanto, é dividido o número de publicações pelo número de docentes e o número de docentes pelo número de alunos e, por isso, é que há estes resultados”, acrescentou. Assim também se explica o facto de a Caltech, que é uma instituição de ensino superior de menor dimensão do que a de Harvard, liderar o ranking mundial.

A internacionalização foi o parâmetro em que a Universidade de Macau obteve melhor pontuação. Esta situação, sustentou Rui Martins, deve-se ao facto da instituição ter “docentes das mais variadas áreas do mundo, alguns estudantes de intercâmbio e cerca de 20% de alunos da China continental”.

A Universidade de Macau, a mais antiga instituição de ensino superior da Região, fundada em 1981, conta atualmente com cerca de 8600 alunos, dos quais 80% são locais, o que é imposto por lei.

Os cursos na área da contabilidade, finanças e comunicação social em língua inglesa são dos que atraem mais estudantes e a nível de pós-graduação são as engenharias e ciências da saúde as mais procuradas, segundo o vice-reitor.

Apenas nos doutoramentos há mais alunos de fora, nomeadamente da China continental, do que locais, o que Rui Martins justifica com a boa situação económica do território.

 

CINCO LUSÓFONAS NA LISTA

 

O ranking das 400 melhores universidades do mundo 2014-2015 do Times Higher Education conta com apenas cinco instituições de ensino superior de territórios de língua portuguesa, nomeadamente duas brasileiras, duas portuguesas e uma de Macau.

A Universidade de Macau, com cursos em inglês, chinês, português e japonês, obteve a segunda melhor classificação no âmbito da lusofonia, depois da Universidade de São Paulo, seguindo-lhe a Universidade Estadual de Campinas e as portuguesas Universidade de Lisboa e Universidade do Minho.

“Há milhares de universidades e isto são só 400, portanto, as outras de língua portuguesa estão abaixo destes valores”, constatou Rui Martins, vice-reitor da Universidade de Macau, que assumiu recentemente a presidência da Associação das Universidades de Língua Portuguesa (AULP) até 2017.

Ao lembrar que a Universidade do Porto já esteve nesta lista e agora saiu e que a Universidade do Minho, que estava à frente, foi ultrapassada pela Universidade de Lisboa, o responsável observou que o novo ranking significa que a Universidade de Macau, que é membro convidado do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), “está essencialmente ao nível das universidades portuguesas”.

Apesar de salientar que esta “é uma classificação que pode variar ao longo do tempo”, Rui Martins considerou-a “importante, uma vez que [a Universidade de Macau] está a liderar a AULP”.

A lista continua a ser dominada por instituições dos Estados Unidos, que têm este ano sete posições no top das dez melhores universidades do mundo e 45 no top 100, seguindo-se o Reino Unido com 11 lugares no top 100 e a Holanda e a Alemanha com seis cada uma.

 

Patrícia Neves

 

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Meio de comunicação social generalista, com foco na relação entre os Países de Língua Portuguesa e a China

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