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VENDAS DA CERVEJA MACAU AUMENTARAM 250% ESTE ANO

 

Nasceu em Macau pelas mãos de um norte-americano, foi comprada por japoneses e é distribuída sobretudo no mercado asiático. A Cerveja Macau lançou este ano a primeira cerveja em lata no mercado de Hong Kong e já apresenta um crescimento das vendas na ordem dos 250%. 

 

“Um cheiro suave a citrino, um pouco de malte e de grão, bastante aborrecida”, escreve soju6, um cibernauta do Missouri, Estados Unidos, sobre a Cerveja Macau. É no fórum da Beer Advocate, uma comunidade virtual de entusiastas de cerveja com base em Boston, que soju6 atribui a pontuação final de 2.46 pontos num total de cinco a esta cerveja clara.

Shigg85 vem a seguir. Nota: 3.1. Comprou a Cerveja Macau num armazém em Shinjuku, um bairro da capital japonesa, Tóquio. “Esta caiu-me melhor do que outras lager [cerveja fermentada e armazenada em baixas temperaturas] infelizes que por aí andam. No entanto, não achei nada de espetacular”.

A média final das avaliações ronda os 70% (okay), mas os responsáveis pelo blogue dão a sentença final: 65% (fraca). Jason Alström, que está à frente com o irmão desta plataforma virtual, detalha a escolha: aparência: 3.5; aroma: 2.5; paladar: 2.5; textura: 3.5; avaliação geral: 3. “O fato de ser 100% livre de formaldeído parece ser a sua única salvação”, comenta Alström.

 

PRIMEIRA LATA CHEGA AO MERCADO

A primeira fábrica de cerveja do território nasceu em 1996 pelas mãos do norte-americano Mark Myrick. Foi comprada seis anos mais tarde pela empresa japonesa Kirin Beer Brewery, que deu uma nova identidade à cerveja produzida, batizando-a de Cerveja Macau. A  produção é hoje feita na China continental, numa fábrica no bairro de Jinding, em Zhuhai.

Nas vendas, a única cerveja com a marca Macau está focada sobretudo no mercado regional. Japão, província de Guangdong, Hong Kong e Macau são os principais destinos desta cerveja de cor âmbar.

Na RAEM, “queremos chegar aos residentes amantes de cerveja e aos turistas que visitam o território. Os nossos clientes principais são os restaurantes – principalmente nas áreas turísticas – e os hotéis-casinos, mas também vendemos nos supermercados”, explica ao Plataforma Macau Daisuke Tajiri, responsável pelo departamento de marketing da Kirin Zhuhai.

Daisuke defende que a empresa tem apostado numa cerveja diferente: “Ao contrário das marcas de cerveja mais comuns, a Cerveja Macau é do tipo ale, produzida através do método de `levedura de alta fermentação´ e com um `malte caramelo´ que lhe atribui um aroma complexo, fresco e que na boca é frutado”.

Este ano, a marca lançou pela primeira vez a lata 330 ml no mercado de Hong Kong. “No passado, vendíamos apenas a cerveja em garrafa e barril e por isso foi um grande desafio começar com o kit da cerveja em lata. Por enquanto, o negócio está a correr bem e planeamos a sua introdução também em Macau”, nota.

Segundo dados cedidos pela Kirin Beer Brewing, desde que a nova cerveja em lata 330 ml chegou às prateleiras dos supermercados de Hong Kong, em 2014, as vendas da Cerveja Macau cresceram 250%. “Podemos desenvolver uma posição competitiva no seio do mercado da cerveja local e regional”, conclui o responsável pelo departamento de marketing da empresa japonesa.

 

VINHO RETIRA MERCADO À CERVEJA

Em 1998, ainda antes da transferência de administração, Macau importou cerca de 10,6 milhões de litros de cerveja de malte, de acordo com dados disponibilizados pela Direção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) de Macau. Quatro anos depois, já após a liberalização do jogo, dá-se um maior crescimento na importação de cerveja das últimas décadas (ver gráfico). Em 2002, Macau compra ao exterior cerca de 14 milhões de litros, uma subida de quase dois milhões de litros em relação ao ano anterior. Este  número apresenta uma maior variação em 2009, quando se dá uma queda de quase três milhões na importação da cerveja.

“Eu acho que [a queda] pode estar associada ao grande desenvolvimento que houve na importação e no consumo do vinho, essencialmente de vinho branco, que veio tirar um grande mercado à cerveja. Hoje, bebe-se muito como aperitivo”, justifica António Neves Coelho, proprietário do restaurante António, na ilha da Taipa.

 

PORTUGAL É OITAVO PAÍS DE ORIGEM

É da China continental que chega mais de metade da cerveja importada por Macau. Os dados da DSEC revelam ainda que, logo a seguir às cervejas que chegam do outro lado da fronteira, os compradores de Macau têm preferência pelos aromas holandeses. Seguem-se marcas sul-coreanas, norte-americanas e mexicanas. O ano passado, Portugal aparecia como o oitavo maior exportador de cerveja para a região.

Se, por um lado, a China continental mantém-se desde 1998 no topo da tabela, por outro, Portugal tem vindo a ganhar mais espaço nas prateleiras dos supermercados locais. Há uma década, era apenas o 15º país de origem da cerveja de malte que entrava em Macau.

“Nós compramos entre sete ou oito contentores por ano e cada contentor tem cerca de 10 mil litros, tanto para a cerveja Sagres como para a Super Bock”, explica a Agência Comercial Seng Kuong Da Vittorio, que representa as duas marcas portuguesas em Macau.

Apenas uma quantidade mínima da cerveja que chega ao território volta a sair. De acordo com o gabinete de estatísticas da RAEM, entre janeiro e dezembro do ano passado, 71 mil litros de cerveja foram reexportados por Macau. Destino: Hong Kong.

 

BRASIL, CAMPEÃO LUSÓFONO

O Brasil é o terceiro maior produtor de cerveja do mundo, atrás da China e dos Estados Unidos da América. A produção brasileira de cerveja atingiu em 2013 cerca de 13,4 mil milhões de litros, segundo dados enviados ao Plataforma Macau pela Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil).

O setor, que emprega direta e indiretamente mais de dois milhões de pessoas no país, faturou em 2012 perto de 63 mil milhões de reais (28,3 mil milhões USD). O número representa uma subida média anual de 6% desde 2005.

Se por um lado, o Brasil está no trio da frente na produção, na hora de consumir não se pode dizer o mesmo. Neste ranking lançado pelo Barth-Haas Group, uma empresa de produtos e serviços relacionados com o lúpulo (um dos principais ingredientes da cerveja), o Brasil é o 15º maior consumidor à escala global.

Já em Portugal o consumo aumentou em 2013, depois de anos em queda do setor cervejeiro, segundo um balanço divulgado pela Associação Portuguesa dos Produtores de Cerveja (APCV) de Portugal. Já a exportação de cerveja portuguesa sofreu uma queda acentuada, em parte devido aos problemas de atraso da entrada de cerveja em Angola.

As seis unidades fabris do setor cervejeiro em Portugal produziram 732 milhões de litros, uma descida de 8,3%. Deste volume, 494 milhões de litros (67%) foram consumidos no mercado doméstico.

Em Angola, a produção de cerveja deverá aumentar este ano cerca de 150 milhões de litros, passando de 1030 milhões em 2013 para 1180 milhões em 2014, segundo notícias avançadas pela página da Rede Angola. A entrada em funcionamento de duas novas fábricas no país é apontada como a razão deste aumento significativo da produção cervejeira no país, considera a Rede Angola. O mercado continua a ser liderado pela francesa Castel (que adquiriu a angolana CUCA), com nove unidades de produção e uma quota de mercado de 80 por cento.

Moçambique é o país deste grupo que apresenta os dados mais baixos. De acordo com a SAB Miller, consórcio americano-sul-africano que detém a Cervejas de Moçambique, a empresa produziu cerca de 210 milhões de litros de cerveja no ano passado.

Catarina Domingues

 

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Meio de comunicação social generalista, com foco na relação entre os Países de Língua Portuguesa e a China

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