O presidente da Sociedade Lusófona de Goa acredita que o estado indiano poderá, um um dia, aderir à CPLP
Para Aurobindo Xavier, presidente da Sociedade Lusófona de Goa (LSG, na sigla inglesa), não há impossíveis. “Um dia”, diz, “Goa será membro de pleno direito da Comunidade de Países de Língua Portuguesa” (CPLP) . Mais tarde que cedo, reconhece, mas um processo inevitável.
“Porque não? Os melindres entre Índia e Portugal por causa de Goa pertencem à história. Olhando para a frente seria de todo conveniente a participação de Goa/Índia na CPLP como membro de pleno direito. Goa poderia servir de plataforma para potenciar ainda mais os contactos da Índia com o espaço lusófono, que se encontram em parte dormentes no espaço goês. Goa, como parte integrante da Índia, tem esse potencial, o que falta são catalisadores”, disse Xavier, entrevistado pelo Plataforma Macau.
A pouco e pouco, Goa e a Índia têm-se aproximado da CPLP. Já este ano, a terceira edição dos Jogos da Lusofonia decorreu naquele território, e têm-se multiplicado declarações de diplomatas indianos, que expressam o desejo do país aderir à CPLP.
“A participação de Goa/Índia na CPLP seria um importante catalisador para reforçar a dinamização das iniciativas e do empenho da Índia no espaço lusófono, especialmente ao nível do eixo sul-sul. Goa poderia ser por exemplo um ‘hub’, uma plataforma preferencial para as relações das PME da Índia com o espaço lusófono”, defende o presidente da LSG.
No entanto, Aurobindo Xavier reconhece que “o processo de Goa/Índia se tornar membro de pleno direito será um processo lento”, embora acredite que será “coroado de êxito”.
Mais próxima da plena adesão, a possibilidade da Guiné Equatorial se tornar membro de pleno direito da CPLP, na cimeira de julho da organização, em Díli, deixa o goês satisfeito. “Esse país também encetou firmes passos para abolir a pena de morte, que não existe nos países membros da CPLP. Em face disso seria quase uma obrigação da CPLP admitir a Guiné Equatorial como membro de pleno direito na CPLP. Eu diria até que já é quase um direito de a Guiné Equatorial ser membro da CPLP. Espero que a Cimeira da CPLP de Díli satisfaça as justas aspirações da Guiné Equatorial”, disse.
Aurobindo Xavier mostrou-se ainda convicto de que a cimeira de Díli vai possibilitar “que se estreitem ainda mais os laços, que já são históricos, entre Goa/Índia e Timor, reforçando a cooperação do espaço lusófono asiático”.