Ao entrar em um estabelecimento, o operador de logística Flávio Caetano Anjos, 25, segura o celular na mão. “Acho que vendo que estou com um aparelho mais caro, talvez tirem essa ideia de que vou roubar algo”, afirma o morador do município baiano de Feira de Santana, a 115 quilômetros de Salvador.
Anjos diz que, quando usava o cabelo no estilo black power, sentia diariamente olhares de medo em sua direção. Agora que mantém um corte de cabelo mais curto, ele sente a predominância da desconfiança nos olhares.
Assim como Anjos, a maioria dos pretos no Brasil diz já ter sentido olhares de desconfiança em lojas, restaurantes ou supermercados, segundo pesquisa Datafolha. O número corresponde a 58%. Entre pardos, o percentual é de 40%. Entre os brancos, esse percentual cai para 26%.
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