O primeiro-ministro iraquiano, Mustafa al Kazimi, viajou este domingo para a Arábia Saudita e Irão, duas potências regionais rivais, para insistir sobre a necessidade de uma “estabilidade regional”
Um funcionário do gabinete de Kazimi indicou no sábado que, nessas visitas, o primeiro-ministro abordaria a questão da “mediação iraquiana para relançar as relações diplomáticas entre a Arábia Saudita e o Irã”, rompida há vários anos.
“Concordamos com a necessidade de apoiar a trégua no Iêmen (…), preservar a calma regional e lutar contra a insegurança alimentar” na região, disse Kazimi em Teerã neste domingo em entrevista coletiva ao lado do presidente iraniano, Ebrahim Raisi.
“Também discutimos os desafios da região e as possibilidades de cooperação”, acrescentou Kazimi.
A República Islâmica xiita do Irã e o reino sunita da Arábia Saudita se acusam há décadas de desestabilizar o Oriente Médio.
Ambos os países, vizinhos do Iraque, estão em desacordo na maioria das questões regionais, especialmente a guerra no Iêmen.
A Arábia Saudita está preocupada com a possibilidade do Irã se equipar com uma arma atômica através de seu programa nuclear. Teerã nega ter essa ambição.
Raisi criticou qualquer reaproximação entre os países árabes e Israel, inimigo jurado do Irã.
“A normalização das relações com o regime sionista ou a presença de estrangeiros na região não resolverá nenhum problema, mas o agravará”, alertou.
A partir de 2020, o Estado hebreu normalizou suas relações com vários países árabes, incluindo Emirados Árabes Unidos e Bahrein, duas monarquias árabes do Golfo vizinhas da Arábia Saudita.
Kazimi começou sua curta turnê na Arábia Saudita neste domingo, onde se encontrou em Jidá (oeste) com o príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, o líder de fato do reino.