Covid-19: Mesmo com vacinação, já morreram mais pessoas este ano do que em 2020

A sexta vaga de covid-19 que o país atravessa, provocada pela sublinhagem BA.5 da variante Ómicron, está a atenuar, embora o número de óbitos e de internamentos ainda se mantenha elevado. Mas a equipa da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, que desde o início da pandemia faz a modelação da evolução da doença, acredita que, mesmo que haja um aumento de casos com os festejos dos Santos na cidade de Lisboa, “não voltaremos a ter o máximo de casos registados nesta sexta vaga”, explicou ao DN Carlos Antunes.
No entanto, o professor de Ciências lamenta que nestes seis meses de 2022 o país tenha registado mais mortalidade por covid-19, do que em todo o primeiro ano de pandemia, 2020, quando ainda não havia vacinação. “Isto é lamentável”, sublinha ao DN. “Esperemos que a mensagem tenha sido finalmente interiorizada, sobretudo pela população mais idosa, para que comece a usar máscara, tal como é recomendado, em espaços fechados e em ajuntamentos”.
Até ontem, refere o analista de dados, Portugal tinha atingido um total de 23 479 óbitos. Destes, mais de 90% ocorreram em pessoas da faixa etária acima dos 70 anos.
Aliás, nesta sexta vaga mais de 93% da mortalidade foi em idosos acima dos 80 anos, sendo que a tendência de óbitos ainda se mantém a subir, alerta Carlos Antunes. Neste momento, a média diária de óbitos está nos 42.5 e a média a 14 dias por milhão de habitante em 51.2, o que “ainda é muito significativo”, refere.
A meta definida pelo governo para se atingir os 20 óbitos por milhão de habitantes está há muito comprometida não se sabendo sequer quando poderá ser alcançada. “Podemos mesmo nunca chegar a este valor durante o verão”, diz-nos.
Leia mais em Diário de Notícias