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NATO é uma aliança de defesa que não representa ameaça contra ninguém

Lusa

Os EUA asseguraram ontem que a NATO é aliança de defesa que “não representa uma ameaça para nenhuma nação, incluindo a Rússia”, enquanto o Reino Unido defendeu a entrada “o mais depressa possível” da Suécia e Finlândia na organização

O porta-voz do Departamento de Defesa dos EUA (Pentágono), John Kirby, sublinhou, em conferência de imprensa, que nem o Presidente russo, Vladimir Putin, nem qualquer outra nação [fora da Aliança Atlântica] pode vetar a adesão de um país à NATO.

“Esse assunto deve ser decidido por essa nação e aos outros membros da NATO”, referiu Kirby, lembrando que o processo de adesão a esta aliança tem várias etapas e que, por isso, leva tempo.

A Rússia ameaçou a Suécia hoje com medidas “técnico-militares”, tal como fez na semana passada com a Finlândia, caso o país escandinavo adira à NATO, conforme oficialmente formalizado pelo seu governo.

Kirby observou que o único agressor é a Rússia, considerando que as ações de Moscovo, como a invasão da Ucrânia, “provavelmente motivaram estas duas nações a quererem ingressar na NATO”.

O ministro da Defesa sueco, Peter Hultqvist, deve ser recebido no Pentágono pelo homólogo norte-americano, Lloyd Austin, esta quarta-feira.

“Não tenho dúvidas de que o ministro da Defesa vai querer conversar com o secretário [de Estado] sobre os seus planos em relação à NATO, mas também acho que haverá uma discussão robusta sobre o que está a acontecer na Ucrânia, porque mudou fundamentalmente o ambiente de segurança na Europa”, antecipou Kirby.

Já o Reino Unido defendeu hoje que a Suécia e a Finlândia devem ser integradas na NATO “o mais depressa possível”, segundo a ministra dos Negócios Estrangeiros britânica.

“O Reino Unido apoia fortemente os pedidos de adesão da Finlândia e da Suécia à NATO. Eles devem ser trazidos para a Aliança o mais rápido possível, pois a sua adesão aumentará a segurança coletiva da Europa”, defendeu Liz Truss.

A governante assegurou ainda que os britânicos estão “ansiosos por trabalhar com os dois países como membros da NATO” e preparados para “lhes oferecer qualquer assistência durante o processo de adesão”.

Os britânicos assinaram acordos de defesa e proteção mútua em caso de agressão com a Suécia e a Finlândia na semana passada, antes do anúncio da decisão, por parte dos dois países, em pretenderem aderir à Aliança Atlântica.

Estes acordos “demonstram o compromisso firme e inequívoco [do Reino Unido] com ambos os países, durante este processo e além”, realçou ainda Liz Truss.

A guerra na Ucrânia, que hoje entrou no 82.º dia, causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas de suas casas – cerca de oito milhões de deslocados internos e mais de 6,1 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Também segundo as Nações Unidas, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.

A ONU confirmou hoje que 3.668 civis morreram e 3.896 ficaram feridos, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a cidades cercadas ou a zonas até agora sob intensos combates.

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