O primeiro-ministro António Costa reafirmou a sua confiança num desfecho positivo das negociações do Orçamento do Estado e disse esperar poder voltar a contar com o BE para a sua viabilização.
Na terça-feira, em declarações à imprensa na Eslovénia, à chegada para uma cimeira europeia, António Costa manifestou-se convicto de que as conversações com os parceiros parlamentares estão “a correr bem”, tendo, esta quarta-feira, o líder parlamentar do Bloco contrariado a “veia otimista” do chefe de Governo, ao apontar que o processo está longe de ter sucesso e que “esse otimismo do primeiro-ministro mostrou muitas vezes não ter qualquer adesão à realidade”.
Confrontado hoje em Kranj com a posição do Bloco, António Costa não só reiterou a sua confiança num acordo, como disse mesmo esperar que este ano não suceda o que aconteceu no ano passado, quando o Bloco “se furtou a contribuir positivamente para o orçamento, tendo votado ao lado da direita”.
“A pergunta que me fizeram ontem [terça-feira] era se eu estava confiante. Eu disse que sim e mantenho-me confiante. E creio que isso é estar bem conectado com a realidade, a não ser que essa realidade se tenha alterado de uma forma que eu desconheça”, declarou.
Questionado sobre se as posições de Bloco, mas também do PCP – que considerou ainda “mais incompreensível” que o executivo diga não ter margem para aumentar salários na administração pública quando prevê um crescimento económico de 5,5% para 2022 -, não deixam antever negociações mais duras do que nos anos anteriores, o primeiro-ministro disse que tudo passa por tentar conciliar “prioridades”.
“Bom, cada um tem as suas prioridades. Estas são as do Governo: é apostar nas novas gerações, é apostar na classe média, é apostar na melhoria do investimento público, é apostar na melhoria dos serviços públicos. O Bloco de Esquerda tem anunciado quais são as suas prioridades, e obviamente os acordos dependem da forma como conseguimos conjugar todas as prioridades”, começou por observar.
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